RN: Estatal de água e esgoto foi oferecida como acordo para propina

O grupo JBS tinha interesse em assumir a estatal de água e esgoto do Rio Grande do Norte, desde que o governador Robinson Faria (PSD/RN) privatizasse a companhia e facilitasse que o grupo assumisse a concessão.

Os detalhes do acordo, que acabou não prosperando,foram dados, em delação divulgada nesta 6ª feira (19), por Ricardo Saud, diretor da JBS.

O grupo tinha feito estudo sobre estatais de água e esgoto quebradas no país e revelou interesse na compra da companhia do Rio Grande do Norte “desde que nós participássemos do edital para facilitar”, diz Saud.

Ele cita o ministro das Cidades, Gilberto Kassab e o governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina.

“Se nós fizermos o edital, participarmos do edital, já tem uma parte do dinheiro que o Kassab vai te dar, vai doar para você, assim como está doando para Raimundo Colombo, e nós completamos aqui, fazemos você ganhar a eleição”.

A proposta foi para o governador do Rio Grande do Norte. Valor do acordo: R$ 10 milhões, em “notas fiscais dissimuladas”.

Outro lado

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre a citação do governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria e do deputado federal Fábio Faria na delação da JBS, é preciso esclarecer os seguintes pontos:

1 – Ambos informam que conheceram a JBS no período eleitoral e confirmam que receberam doações da empresa citada, somente durante o período de eleições, oficialmente, legalmente, devidamente registradas na Justiça Eleitoral e sem qualquer contrapartida nem ato de ofício;

2 – Não existia, da parte de Robinson e Fábio Faria, qualquer motivo para que houvesse desconfiança em relação à origem da doação feita por meio de contatos do PSD Nacional;

3 – É importante ressaltar que, desde a campanha eleitoral, Robinson Faria tem destacado em inúmeras declarações públicas e entrevistas que NÃO PRETENDE E NEM IRÁ PRIVATIZAR A COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DO RIO GRANDE DO NORTE (CAERN), o que seria, segundo o delator, a motivação do suposto pagamento irregular;

Por fim, Robinson e Fábio Faria consideram absurdas as declarações do delator que chama de propina contribuições eleitorais lícitas, com o claro objetivo de se livrar de crimes graves praticados.

*Robinson Faria, governador do RN*
*Fábio Faria, deputado federal pelo RN*

Informações: Folha de São Paulo

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