Quem é o delegado preso que ironizou morte de Marielle?

Maurício Demétrio foi condenado a 9 anos de prisão por três crimes de obstrução à justiça e perdeu seu cargo de delegado. Os outros crimes, como organização criminosa, concussões e lavagem de dinheiro, ainda serão julgados. Ele é apontado como chefe de um grupo formado por policiais civis, peritos, advogados e comerciantes.

Antes de sua prisão, Demétrio trabalhou em várias delegacias especializadas ao longo de seus mais de 20 anos na polícia, incluindo a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), onde, segundo a denúncia do Ministério Público, ele usava a estrutura da instituição para cobrar propina de comerciantes em Petrópolis.

Após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o delegado Maurício Demétrio escreveu a frase “O enterro da vereadora será no Caju, mas a comemoração, alguém sabe onde será?”.

Essa declaração foi mencionada na decisão do juiz Bruno Rulière, responsável pelo processo contra o policial civil na 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital. O delegado foi condenado por obstrução de justiça e perdeu sua função pública.

A conversa em que essas frases foram encontradas ocorreu em um dos 12 celulares apreendidos no apartamento do delegado quando ele foi preso em junho de 2021.

O juiz afirmou que os celulares revelaram manifestações inaceitáveis, incluindo referências racistas. Em uma outra frase inapropriada, Demétrio chamou a delegada Adriana Belém de “macaca”.

O interlocutor de Demétrio nessas conversas é o delegado Allan Turnowski, que ocupava um cargo de diretoria na Cedae na época. Turnowski responde às frases com emojis de espanto e questiona o motivo da expressão preconceituosa usada por Demétrio.

Além dessas evidências de racismo, o delegado também descreve o Brasil como “macacolândia” em outra conversa, na qual critica os direitos humanos e faz referência ao comunismo.

 

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