Olavo Calheiros tenta agredir CQC; Temóteo Correia admite que compra votos

“Eu compro voto sim e, em São Paulo, os políticos roubam mais do que a gente em Alagoas. Onde se tem mais dinheiro, rouba-se mais, isso é até lógico. E o roubo acontece no País inteiro, não só aqui no Estado”, disse Correia

Em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes, o deputado Temóteo Correia (DEM) admitiu que compra votos para se eleger e que os políticos de Alagoas roubam verba pública tanto quanto os de São Paulo. A entrevista foi ao novo repórter do programa, Ronald Rios, e deve ir ao ao na próxima segunda-feira.

“Eu compro voto sim e, em São Paulo, os políticos roubam mais do que a gente em Alagoas. Onde se tem mais dinheiro, rouba-se mais, isso é até lógico. E o roubo acontece no País inteiro, não só aqui no Estado”, disse Correia.

“Você deve roubar muito mais do que eu e, ainda por cima, trabalha para ladrão que explora a miséria do povo. A imprensa é corrupta e leva o dinheiro da gente, ela é pior que político. Parte do que ganhamos vai para vocês jornalistas. Mas, apesar disso, quero dizer que pessoas desonestas existem em todos os lugares e de todo tipo, tem políticos, jornalistas, empresários. A corrupção é generalizada no Brasil”, contou o parlamentar, na entrevista.

A chegada do CQC a Assembleia Legislativa movimentou funcionários e seguranças. Os policiais militares que vigiam o Legislativo monitoravam a ação da equipe do programa. Eles receberam via rádio, ordens para evitar que a equipe “importunasse” os deputados.

Questionado sobre o desvio de R$ 5 milhões da verba para uma biblioteca, que não existe, na Assembleia, o deputado Olavo Calheiros (PMDB) tentou agredir o repórter. A ação foi filmada pela equipe.

O presidente Fernando Toledo (PSDB) saiu escoltado do prédio, enquanto o repórter perguntava sobre o desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia além de gastos, sem licitação, na compra de papel e conserto de elevadores- em dois anos, foram R$ 300 mil- além da nomeação de 125 pessoas exclusivamente para trabalhar na Mesa Diretora, todas sem função.

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