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Bancos preveem cenário ruim na economia alagoana

Dois bancos públicos- o BNB e o Banco do Brasil- projetam que 2024 será duríssimo para Alagoas. O Banco do Nordeste prevê PIB de 1,4% e o BB, 0,3%, o segundo pior do país para este ano.

Havia a esperança que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pudesse calibrar este cenário. Mas os dois bancos parecem concordar que não.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) José Carlos Lyra observa que a resenha do BB antevê um comportamento moderado da economia, em todos os setores e agentes econômicos. Segundo Lyra, “na prática, considerando o estudo apresentado e as estimativas para outros estados, conclui-se pela acomodação da atividade econômica em Alagoas”.

“A taxa prevista é modesta, possível de atingir ou ultrapassar a meta, mas não coloca o estado em melhor posição diante do PIB regional e de outros estados. Para a definição do indicador de variação, o autor, no caso o BNB, teria que apresentar junto, elementos indicativos para promover a elevada redução, agregando pouco ou quase nada ao PIB. Sentimos falta, nesse estudo, das bases de cálculo, memórias, dados técnicos, estatísticos ou cenários que façam entender o número apresentado”, analisa a liderança da federação.

Mesmo assim, Lyra crê em algumas pistas: estabilidade dos meios de pagamento (M), limitando a iniciativa das empresas ao consumo e investimento; expectativa de redução da inflação e estabilidade de preços; estabilidade na oferta de empregos, limitando a expansão do consumo.

“Consideramos ainda a tendência em acompanhar os indicadores previstos para a economia nacional ou a possibilidade de obter alinhamento das contas públicas com o governo federal; as incertezas locais diante do cenário inconsistente das políticas Fiscal e Monetária do governo federal, inibindo iniciativas de negócios”, afirma.

E também a possibilidade (ou previsão) de redução da atividade econômica em alguns segmentos do agronegócio, da indústria e comércio locais; a influência do ano eleitoral, sobre as iniciativas e o andamento das atividades em curso e de novos projetos; e o ajuste do indicador ao nível histórico médio, em período de normalidade econômico-fiscal e equilíbrio orçamentário.

“Mas vale salientar que o índice 2023, derivado do comportamento precedente atípico no quadro econômico geral e do estado, não serve de parâmetro para projeções a partir de 2024, observando estabilidade na matriz econômica”, analisa

No caso de 2023, afirma Lyra, fica mais fácil entender o avanço no PIB “haja vista o período antecedente de retomada da economia, pós pandemia covid, iniciado em 2021, consolidado ou incrementado até 2022 em todos os setores produtivos. Em consequência temos a elevação da função consumo das empresas e das famílias, atrelada ao aumento da atividade econômica, com novo patamar de formação de renda e emprego”.

No pós pandemia, “a marca de 5,0%, acima das expectativas, atingida pelo avanço em todos os setores, pela retomada inadiável da atividade econômica. Essa variação não se aplica ao momento presente, por conta de novas variáveis inseridas no ambiente econômico local e nacional”.

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