Governo não controla fluxo de armas, diz conselheiro de segurança

Para Marcelo Brabo, falta gestão, valorização profissionais e mais polícia na rua para combater violência

‘Para Conselho de Segurança, Dário não disse a que veio’, diz integrante

Odilon Rios
Do Repórter Alagoas

Pouco mais de três meses à frente da Secretaria de Defesa Social, o coronel Dário César acumula elogios e críticas no Conselho Estadual de Segurança. Elogios: a premiação de policiais por apreensões de armas de fogo, projeto que tramita no Conselho Estadual de Segurança e será enviado a Assembleia Legislativa.

“A ideia é a boa. Não é uma premiação, mas um abono ao policial. Não é uma medida ilegal”, disse o conselheiro estadual de Segurança, Marcelo Brabo Magalhães.

As críticas- segundo Magalhães: é que, além desta proposta, o secretário de Defesa Social não apresentou outras idéias. “Há um problema na secretaria, que se chama gestão. Estamos combatendo violência nas conseqüências, não nas causas. E eles estão ligadas a questão educacional e ao tráfico de drogas”, disse.

“Veja por exemplo a Colômbia. Usou tanto educação como combate ao tráfico para melhorar seus índices de violência- que eram preocupantes no mundo”, disse o conselheiro.

E quanto as operações de apreensão de armas de fogo? O Governo alega ter apreendido 394 armas só este ano- isso até 23 de abril. 231 destas autuações eram por porte ilegal e mais 234 pessoas presas tanto por porte de arma quanto tráfico de drogas.

“Eu duvido que se exista um controle sobre a circulação de armas de fogo no Estado. Temos uma polícia que é mal valorizada, os novos PMs, como vimos, não foram às ruas por não terem equipamentos. Na minha ótica, outro problema são as verbas enviadas para a segurança. É muito pouco”, disse Magalhães.

“O Dário ainda não mostrou a que veio, pelo menos diante do Conselho Estadual de Segurança. Temos falta de policiais nas ruas e o policial precisa estar na rua e ser bem formado e com uma boa remuneração. Não se desempenha uma boa atividade quando um filho não come bem ou não estuda em uma escola boa”.

“O Governo dá pouca atenção ao funcionalismo público. O que se observa é a falta de diálogo. E muitos entendimentos são feitos pelo diálogo.Depois de quatro anos, o Governo Téo deu aumento de pouco mais de cinco por cento aos funcionários públicos. É muito pouco. E eu acredito que Alagoas não tem este dinheiro, a não ser que ele venha da União”, afirmou o conselheiro.

Pelos dados do Governo, mais de dois mil inquéritos foram instaurados. Destes, 1.482 encaminhados a Justiça nos três primeiros meses. 633 tiveram autoria definida, 603 com prisão de autor ou autores de crimes e 859 flagrantes lavrados.

As delegacias especializadas instauraram 181 investigações, 133 flagrantes. E a reforma administrativa decidiu pela criação de mais oito delegacias.

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