Financiamento sustentável é foco de evento de capacitação multissetorial com especialistas brasileiros e internacionais

Primeira atividade presencial da iniciativa CASI no Brasil é organizada por iCS e IFS

Mercados emergentes e economias em desenvolvimento, muitos dos quais já lidando com os graves riscos das mudanças climáticas e perda de biodiversidade, têm acesso limitado a financiamento climático que os permitiria enfrentar e mitigar os problemas. Entre os motivos para as dificuldades estão a reduzida disponibilidade de recursos financeiros verdes, a falta de projetos verdes e de capacidade para a elaboração desses projetos. Para debater os diversos aspectos do tema, apontar soluções inovadoras e fortalecer a agenda de capacitação em finanças sustentáveis no Brasil e na América Latina, o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o Institute of Finance and Sustainability (IFS) e a Capacity-building Alliance of Sustainable Investment (CASI) organizaram o evento “Financiando a transição verde: rumo a um futuro de baixo carbono e resiliência climática”, que será realizado nos dias 3 e 4 de abril, em São Paulo, com o apoio da JGP, Instituto Itaúsa e ClimateWorks.

O evento reunirá presencialmente e online especialistas brasileiros e internacionais com representantes dos setores financeiro e produtivo e tomadores de decisões públicos e privados do Brasil e da América Latina, e é o primeiro da CASI no país. Lançada durante a COP28, em dezembro de 2023, a CASI é uma plataforma internacional comprometida em fornecer instrumentos de capacitação de alta qualidade em finanças sustentáveis para mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

“O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem evidente potencial para avançar rumo à economia de baixo carbono. No entanto, enfrenta obstáculos para expandir o financiamento climático a setores como reindustrialização verde, transporte verde, transição energética e fomento à economia circular e bioeconomia. Por isso, é importante que aqueles que atuam nessa área tenham acesso a relevantes instrumentos e recursos, incluindo produtos de conhecimento e estudos de caso. Esperamos colaborar compartilhando expertise e conhecimento”, afirmou o chairman da CASI e presidente do IFS, Ma Jun, que também é ex-co-presidente do Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20.

Confira a programação completa e se inscreva para acompanhar as discussões aqui. O evento contará com transmissão on-line gratuita.

“Um dos maiores desafios da agenda climática é destravar o financiamento para avançar no que é preciso em mitigação e adaptação aos impactos das mudanças do clima. A parceria entre o iCS, IFS, CASI e JGP contribui ao preparar os atores envolvidos nessa agenda para promover mudanças essenciais aos novos tempos”, disse a diretora do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Maria Netto.

Serão promovidas seis sessões de capacitação abordando temas estratégicos de finanças sustentáveis e da agenda de mudanças climáticas em geral. Com um público multissetorial da América Latina, os debates vão incluir assuntos como mercados globais de finanças sustentáveis; políticas para a construção de um ambiente regulatório favorável para as finanças sustentáveis; instrumentos financeiros sustentáveis; reporte de sustentabilidade; ampliação do financiamento para a transição e conservação da biodiversidade.

“A Integração do Sul Global por meio de mecanismos financeiros para a transição verde é essencial para o desenvolvimento regional. Este evento é um sinal claro de uma ação eficaz e colaborativa, e a JGP tem orgulho em participar deste ciclo histórico”, destaca José Pugas, head de ESG da JGP.

Lacuna de financiamento sustentável aumenta em países em desenvolvimento

Em relatório para o Grupo de Trabalho em Finanças Sustentáveis do G20 em 2023, o IFS destacou que pesquisas mostram a expansão do mercado global de finanças verdes, mas a maior parte das transações foram feitas em países desenvolvidos ou grandes países em desenvolvimento, como a China. Em um trecho do documento, a instituição informa que “a lacuna de financiamento para sustentabilidade continua a aumentar, e mercados de finanças sustentáveis em países em desenvolvimento continuam subdesenvolvidos, principalmente na América Latina, África, Sudeste da Ásia e Ásia Central”.

O encontro vai fomentar a colaboração e a troca de conhecimento, impulsionando ações coletivas em direção a um futuro de baixo carbono e resiliência climática. A ideia dos organizadores é possibilitar o compartilhamento das melhores práticas internacionais, considerando os contextos e prioridades nacionais, objetivando a construção de um sistema financeiro mais estável e sustentável.

Sobre os organizadores:

O Instituto Clima e Sociedade (iCS) é uma organização filantrópica criada em 2015, mesmo ano do Acordo de Paris. Muito mais do que um intermediador de financiamentos, o ICS atua como uma ponte entre financiadores internacionais e nacionais e parceiros locais, para promover o diálogo entre os setores, somar conhecimento e estabelecer redes de informação, inteligência e cooperação. Apoia projetos e instituições que visam fortalecer a economia brasileira, o posicionamento geopolítico do país, a redução da desigualdade por meio do combate às mudanças climáticas, promovendo soluções sustentáveis.

O Institute of Finance and Sustainability (IFS) é uma instituição de pesquisa sem fins lucrativos especializada em questões de investimento ESG, capital natural, inovação tecnológica verde e transição para baixo carbono. A sua missão é promover o financiamento verde e o desenvolvimento sustentável na China e em outros países, por meio de pesquisa de alta qualidade sobre políticas, mercados e produtos financeiros verdes. Seu objetivo é tornar-se um think tank reconhecido mundialmente e contribuir com os esforços internacionais para conservar a natureza e combater as mudanças climáticas.

The Capacity-building Alliance of Sustainable Investment (CASI) é uma plataforma de cooperação internacional que visa fornecer serviços de capacitação financeira sustentável de maior qualidade e maior impacto para países em desenvolvimento, por meio do desenvolvimento de um “agregador e distribuidor global de conhecimento financeiro sustentável”. Desde seu lançamento em dezembro de 2023, CASI tem 50 instituições membros, incluindo empresas e associações financeiras, ONGs, start-ups de serviços e instituições de ensino superior, do Sudeste Asiático, América Latina, África, Oriente Médio e outros mercados emergentes.

A JGP, gestora independente com mais de 25 anos de história e experiência em investimentos no Brasil e exterior, administra R$ 35 bilhões em fundos discricionários e portfólios exclusivos para alta renda. Com equipe sênior e multidisciplinar, gerencia fundos multimercados, de ações, crédito privado, imobiliários e previdência privada. Além disso, expandiu suas áreas com Portfolio Solutions para o segmento institucional e JGP Financial Advisory, focada em fusões, aquisições e captação de recursos. Hoje, a JGP se configura como referência em ESG no segmento de gestão de recursos do Sul Global, reconhecida pelos resultados sólidos e pela inovação em seu DNA.

O Instituto Itaúsa promove ativamente o desenvolvimento sustentável no Brasil por meio de duas áreas principais: conservação do meio ambiente e produtividade & sustentabilidade. Para isso, apoia organizações e iniciativas com considerável potencial de crescimento, seja através de co-investimentos ou doações diretas. O Instituto Itaúsa tem como foco desenvolver uma economia inclusiva, produtiva e positiva, que beneficia o clima, a natureza e as pessoas, com a missão de promover a criação de uma nova era repleta de oportunidades econômicas, marcada pela redução de emissões, pela conservação da biodiversidade e por uma abordagem resoluta à desigualdade social.

A ClimateWorks Foundation conecta financiadores com soluções climáticas impactantes. Esta organização global trabalha para garantir que estas soluções sejam justas e acessíveis a todos, com a missão de fortalecer os filantropos com o conhecimento e os recursos de que necessitam para combater as mudanças climáticas e criar um mundo mais justo e sustentável. Desde 2008, a ClimateWorks concedeu mais de US$ 1,8 bilhão em doações a mais de 850 organizações em 50 países.

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