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Espiritismo não pertence a Divaldo, sabia?

Espiritismo é elevação que alegra o coração e impulsiona a mente a desafiar o estabelecido, que nem sempre significa conhecimento ou sabedoria. É um canto espalhado entre mundos, desmontando ilusões e nos convidando a aumentar os esforços rumo aos pontos mais altos da montanha, em uma visão íntima de subida.

Não há necessidade de galões dourados, mas também não necessita de vícios de tratamento, idolatrias, personalismos e seduções de marketing. É posicionamento filosófico, político, rumando nas direções do amor que amadurece o sabor das escolhas.

Eis aqui os nossos posicionamentos em escritas espontâneas, sem vernizes, sem fantasias, na medida do suportável à razão que tantas vezes chora, que tantas vezes fere. É o processo. Crescimento em alguns momentos, também é desgarrar de necessidades comuns como por exemplo, a aprovação dos mornos, adequados, enfileirados, bem posicionados nas fotos amareladas do arcaísmo que mescla religiosidade e medo nos domínios das vulnerabilidades humanas.

Não é uma afronta, mas também não se trata de um pedido de permissão para pensar, questionar e quando necessário discordar de direcionamentos institucionais do movimento espírita brasileiro. Não há crime em ser atuante.

Esta escrita surge em resposta a uma demanda cansativa de abordagens que me chegam quando analiso posicionamentos de Divaldo Franco e discordo deles por razoabilidade, fidelidade aos fundamentos kardecianos e acima de tudo por sensibilidade humana e social, algo que o Evangelho de Jesus ajuda a desenvolver, ressignificando práticas religiosas desde os sentimentos que se aninham no peito à compreensão de gente que nos move ao encontro do outro.

Os ecos dos aplausos compulsivos de tais espíritas colaboraram para os desvarios contumazes de Divaldo Franco em suas falas perturbadas. Os preconceitos transferidos ao nível de temáticas, as elucubrações acerca das penalizações aos que já sofrem e a insistente arrogância de se pretender capaz de discorrer sobre tudo, merecem críticas por transformar a ideia de espiritismo uma posse de classe e casta, ferindo a liberdade da revelação.

Nosso interesse pelo amor é social, histórico, político e humanitário. Todos estes elementos associados nos mantém em ligação profunda com a espiritualidade, no ambiente supra-institucional da fé que raciocina, questiona e reelabora condutas.

O amor tem parágrafos inteiros de rebeldia quando a verdade adquire musgos institucionais acima da lógica, da ética humanitária mais simplória que seja. Porque é nos outros que vemos Jesus, e neste espelho o próprio Jesus nos olha.

Ninguém deveria ser espírita por causa de um médium.

Espiritismo não tem dono.

Como livre pensadora espírita me permito fazer uso da razão como elemento de integralidade, na escalada da fé em sintonia com o pensamento progressista, libertário.

Ao mundo nossas vibrações de solidariedade sem laivos de condenação ou castigo, porque o rosto de Jesus também acolhe medos e angústias, e tocando o Mestre em nossas frontes limpa as feridas.

 

 

16 respostas

  1. Ana Claudia, obrigado pela reflexão exata à necessidade. Se Divaldo move-se como o dono do baile é porque infelizmente foi convidado como seu paraninfo. Festa organizada por espíritas cujo sangue escorre pelas mãos. Aqueles que no trabalho a quatro paredes exaltam a caridade mas que de retorno ao mundo espesso das vibrações planetárias sintonizam-se no ritmo macabro do orgulho, preconceito e soberba. Ah, sobre falsos profetas advertiu o Mestre há 20 séculos. Estão todos aí, para quem tem olhos de ver e ouvidos para ouvir.

    1. Nunca li nada mais incoerente , falacioso, irracional e preconceituoso como esse texto.
      Chega a ser ridículo.
      O reconhecimento que a sociedade dá ao médium Divaldo é tão somente por seu trabalho e dedicação ao próximo. Um missionário, assim como tantos outros ( Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Papa Francisco) entre outros ainda no anonimato, que vieram à Terra com o propósito de servir a Deus e de levar os ensinamentos de Jesus para a humanidade.
      A vaidade não é de Divaldo , a vaidade é dessas pessoas que se dizem espíritas. Falta-lhes estudo profundo da Doutrina Espírita, falta -lhes esclarecimento maior e mais do que isso, falta -lhes humildade para reconhecer o trabalho desse irmão querido , que já passou por tantos julgamentos preconceituosos como esse, mas que em quase 100 anos nunca caiu em nenhuma contradição. Só num ponto posso concordar com a autora : Espiritismo realmente não tem dono. E aquele que realmente possui o mínimo de estudo das obras básicas codificadas por Allan Kardec, conseguirá reconhecer nas falas nada perturbadoras de Divaldo os ensinamentos de Jesus. Mais amor e empatia . É disso que o mundo precisa. Paz e bem a todos.

      1. Falacioso é Divaldo, que entre uma e outra intervenção cirúrgica, para lhe “embelezar” a aparência, diz que o homicida do bolsonaro é encarnação de Emmanuel.

        Tal declaração de Divaldo é uma vergonhosa aberração, que entristece a todos os cristãos, espíritas ou não.

        1. Eu concordo plenamente. Sou espírita Kardecista, mas tenho um pergunta que não quer falar: Onde estavam ou estão os mentores de Divaldo que não mostraram a ele quem é o ser inomimável presidente da república? Será que esses mentores realmente existem, são frutos da imaginação de Divaldo, ou se abandonaram ele quando viram que ele estava se linhando e defendendo com essa criatura abominável e anti-cristã, que não tem a menor empatia com os seres humanos? Nunca vi contradição entre o que Chico Xavier falava, escrevia e a suas posições políticas, que nunca as teve. Divaldo fez muito gente desacreditar no espiritismo. Gente que já se abalou com João de Deus.

  2. Texto sem fundamento nenhum. Divaldo é um grande médium e uma ótima pessoa. Olha o que se faz na mansão do caminho, o amor que ele dedica a milhares de crianças. Além desse texto não ter fundamento nenhum, sinto que quem escreveu adora o socialismo.

    1. Ninguém está desmerecendo o trabalho social do Divaldo na Mansão do Caminho. Mas uma coisa não tem nada a ver com outra. Suas práticas caridosos não sustentam suas ideias.

    2. Ninguém está desmerecendo o trabalho social do Divaldo na Mansão do Caminho. Mas uma coisa não tem nada a ver com outra. Suas práticas caridosos não sustentam suas ideias.

    3. Em nenhum momento Ana Claudia diz que ele é um péssimo médium ou que ele é uma má pessoa mas sim que , sendo humano, ele não está livre das fraquezas, das vaidades e das estagnações típicas de quem se julga no topo, esquecendo que o aprendizado é eterno até mesmo nas hostes celestiais, onde o tempo não existe e , mesmo assim, não impede a necessidade eterna de aprendizado para que fiquemos cada vez mais amorosos e livres dos grilhões das fraquezas inerentes a nossa condição de humanos! E quanto a menção sobre o socialismo mostra que tu tens que ser mais humilde e voltar a estudar história para não falar bobagens!

    4. Como habitualmente, nota-se o pouco entendimento do que seja o socialismo. Sugiro a leitura atenta do livro de Léon Denis “Socialismo e Espiritismo”. E, haverá alguém mais socialista do que Jesus?
      Concordo inteiramente com Ana Cláudia, que “Espiritismo não tem dono”. Nós espíritas estamos precisando estudar a Doutrina Espírita com mais atenção e reflexão. Continuamos renegando nossa condição de “livres pensadores” e deixando-nos conduzir por mentes alheias, gerando mitos e idolatrias, qual fôssemos crianças fascinadas e fanatizadas.

  3. Acredito que isso deva se aplicar a todos os espíritas, nenhum espírita, por mais instruído, é dono do espiritismo, tem apenas, mais ou menos recursos linguísticos capazes de esclarecer ou fascinar(no sentido espirita de iludir) relativamente ao que se procura transmitir.
    Penso que, no tocante ao campo político, ao menos em alguns discursos, o Divaldo demonstra-se pendente a a defesa de governos de direita, o que hoje no contexto político brasileiro, vem sendo interpretado como a defesa de algumas pautas que não propriamente se vinculam a liberalismo econômico, não intervenção do Estado, no entanto, a propaganda da direita prega que eles representariam a defesa da família, da vida, dos bons costumes… e tratam de incorporar essas palavras, excluindo os outros por meio de adjetivações, chamando a todos os que discordam dos extremas da direita empregando o termo esquerdistas como equivalente a criminoso, repetindo o que pior há no comportamento dos ditadores mais sanguinários e corruptos que já vimos no brasil.
    Aqui, em terras tupiniquins, o exercito (sempre com posicionamento de direita política) vivia pregando o medo de comunistas e com isso recorreram a golpes sucessivos na república para “expurgar” comunistas, utilizando dos piores métodos possíveis, para fazer valer a ideologia liberal e capitalismo.
    Ao ponto de atualmente tentarem legitimar a “revolução do exército” a mais criminosa possível que caçava a vida de quem discordasse política e filosoficamente deles, não foi a toa que, na constituição de 88 ficou estabelecido que não existe mais crime de natureza política, defende a pluralidade política, e quanto ao código penal deixou de se considerar como crime de injúria, ter posicionamento político ou acadêmico diferente, no entanto, a conduta de meramente afirmar “quem escreveu adora o socialismo” se quer fazer tal comentário com tom pejorativo como equivalente esquerdista=criminoso=bandido incorre em crime de injúria.
    Nesse sentido, no meio espírita, realmente parece indevida a defesa a governos com índole misógina ou mesmo de repressão política a filosofia partidária de outra natureza, com utilização de violência ou do método de considerar o outro como criminoso pelo simples fato de ser de esquerda ou de direita, numa tentativa de caçar o direito supremo a livre manifestação do pensamento e vivência política.
    Não obstante, devemos considerar que, todas as críticas dentro do movimento espírita, não devem possuir um caráter de animosidade, na medida em que, deveriam tender a respeitar os direitos fundamentais dos seres humanos em se considerarem iguais, nesse sentido, o que deve valer dentro de um centro espírita, principalmente aqueles voltados ao estudo, é o espaço democrático para expor ideias e pensamentos, para que, os argumentos mais lógicos, mais razoáveis ganhem espaço, em detrimento daqueles não tão claros ou lógicos, sem que os melindres, as paixões afetem-nos.
    Por outro lado, o desafio que vivenciamos é o de justamente encontrar campo de debate em que seja possível deixar de lado os extremos da direita e esquerda, e apesar disso, figuras como a de Divaldo, não se apercebem de que eles próprios dinamitam o campo de debates ao agir como correligionário nalguns discursos, ou como detentores de verdades infalíveis, como opiniões sobre tudo, e acabam impondo fraturas ao movimento espírita, justamente em razão de ofuscarem a possibilidade de debate com suas opiniões não-acadêmicas floreadas por belos ou maus adjetivos, conforme o que se aprova e condena, a despeito do exemplo de Chico que a todo tempo se reconhecia como um “cisco”.

  4. Este texto só comprova, que a autohipinose é um fenômeno real e que muito comum no meio espírita,podendo uma pessoa acometida deste fenômeno poderá acusar um trabalhador incansável no bem como Divaldo, e sua obra sejam acusados de impropérios,pelo simples fato de ter a coragem de manisfestar a sua mediunidade, para esclarecer a humanidade que o comunismo e o esquerdismo irracional é sim nocivo ao nosso planeta, já em fase de transição planetária.

  5. Texto muito interessante, que nos acorda para uma realidade triste, a idolatria que há muito se faz em nosso meio. E também nos lembra da liberdade que a Doutrina Espírita nos dá de pensar e de agir. De concordar e de discordar. Cumprimento a sua autora, pela coragem da postagem.

  6. A Ana Cláudia é ótima e está correta na sua narrativa. O Espiritismo não pode ter dono nem, muito menos, que esse dono seja tiete de torturador.

  7. Excelente reflexão.
    Acho que o tema alcança tod@ e qualquer médium que acha o seu pensar, a verdade única.
    O orgulho espírita é um sentimento presente entre nós. E ele nos revela.
    O espiritismo não tem dono.
    Sou espírita, sou de esquerda, sou socialista.

  8. NOS AMEMOS UNS AOS OUTROS COMO JESUS NOS TEM AMADO. OBRIGADO DIVALDO, TENS NOS INSPIRADO A UMA VIDA SANTA POR TUAS LIÇÕES, TUAS AÇÕES, PALAVRAS E POR TEUS FRUTOS . TE AMAMOS, QUE JESUS CONTINUE A TE ABENÇOAR A CADA DIA.

SOBRE O AUTOR

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