E de repente, uma turba invade a área de atuação docente, com chavões neoliberais e cantilenas de fundo religioso conservador. Não mais que de repente, a categoria profissional docente, se torna vilã! Manipuladora de mentes…e são políticos os que encabeçam toda a parafernália montada para retirar do professor o mínimo que ainda possui, a sua liberdade de atuar em sala de aula!
Essa não é uma discussão resumida ao caráter jurídico, apesar de ser este um forte escopo de luta para impedir tal aberração de se concretizar. Essa é uma discussão social ampla e abrangente, envolve ética , respeito à autonomia profissional docente e pede manifestação da sociedade pensante.
Quem vai dizer ao médico como atuar?
Quem vai dizer ao juiz como julgar?
Mas qualquer um pode dizer aos professores como ensinar?! Não podemos aceitar que os deputados alagoanos mantenham silêncio, eles todos precisam se pronunciar e nos explicar as razões de aprovarem por unanimidade tal proposta.
Conhecemos as explicações “doutrinadas” do deputado Ricardo Nezinho, que provavelmente viu na proposta um filão para barganhar os votos dos fundamentalistas do século XXI, e também do deputado Bruno Toledo, que em seu vídeo consegue dizer nada com coisa nenhuma, explicando sua adesão. Mas, e os demais?
Queremos manifestação pública dos deputados alagoanos antes que uma enxurrada de gente iludida, ocupe o pátio da Assembleia Legislativa em nome de Deus para colonizar as salas de aulas, condenando os docentes a “dançarem conforme a música” que eles (os liberais religiosos) entendem ser a melhor.
Há responsabilidade por parte de quem aprovou o Projeto Escola Livre na ALE, assim como há necessidade de maior mobilização docente para impedir seu avanço.
O governador Renan Filho pautou sua decisão em louvável coerência e vetou o projeto, mas a luta santa não acabou por aí. Eles (os deputados, agora feridos na honra medieval) querem mostrar a força que possuem derrubando o veto do governador.
Mas acontece que estão tratando de assunto que não lhes pertence, mas sim, a nós, docentes! E precisamos batalhar até a última instância, espalhando debates sobre respeito à autonomia dos professores e ética! Já conseguiram nos tirar valorização econômica, status quo, e outras tantas decorrências da primeira; agora nos querem a alma?
Sindicatos, Associações, sociedade e, principalmente, docentes, é hora de mobilização! Ou não nos restará mais nem a cabeça sobre o pescoço, e seremos marionetes ao bel prazer dos fundamentalistas liberais ou vice-versa.
Uma resposta
Professores fantoches em Alagoas.