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Divaldo, bolsonarismo e o abismo espírita

Se o movimento espírita hegemônico no Brasil segue dando palanque para a necropolítica precisa ser exposto, sim.

Nenhuma fala em solidariedade aos vitimados pelos genocídios.

Distribuidor de notícias falsas do além no período letal da Covid-19. Multiplicou ideias sobre vacinas espirituais.

Silêncio sobre o etnocídio do povo yanomami. Afinidade clássica com os assassinos colonizadores.

Mantenedor das pautas da desigualdade apregoando benefícios classistas, assistencialistas, em franco serviço ao poder opressor.

Agora faz defesa de terroristas que atentaram contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito?

Por favor não me confundam com estes espíritas!

Estou cada vez mais reticente com esta designação neste tempo de bolsonarismo, pelo rebaixamento humanitário que tal termo traduz.

O popularesco Divaldo já não tem nada a preservar sobre sua imagem, pois como isca nas águas do tempo, serviu para selecionar espíritos libertários e arcaicos fascinados, nas linhas de uma história que confunde amor com classe social e ideologias de força.

Onde está a arma do golpe, Divaldo? Está na putrefata mímica inicial do movimento de massas chamadas bolsonarismo, que levou tantos a gelar os sentimentos em conivência com um governo que não deu chances para a vida e promoveu a morte abertamente.

Esta arma matou o senso de politicamente correto e liberou os que se acreditavam “escolhidos” para atuarem contra a democracia, violando o sagrado princípio da livre escolha de um governante, agredindo instituições, prédios, viventes.

A arma bolsonarista matou Mestre Môa na terra onde plantastes teu caminho, embora nele tenhas perdido o senso de humanidade depois de ancião.

Matou Marcelo Arruda na própria festa de aniversário e propagou a intolerância que tentou vestir o Brasil de medo, em uma campanha política onde somente um lado tinha aval para adesivar carros e portas de casa.

Estes a quem chamas de injustiçados em um vídeo vergonhoso, batalharam pelo terror, pelo horror, e cumprem justo débito com a justiça brasileira, mas tu diriges tua soberba voz na intenção de inocentá-los.

Com aquele que foi verdadeiramente vítima da parcialidade e artimanha maléfica dos envolvidos na necropolítica, como líder religioso que pretendes ser, apenas indiferença e mal juízo de valor tu elencastes.

Chega disso, o movimento espírita brasileiro caiu com Bolsonaro e não sabemos como haverá de se erguer.

 

6 respostas

  1. Excelente texto, exposição ainda melhor. E necessária. Esse movimento rumo aos extremos da direita tem apenas uma vantagem: derrubou as máscaras! O verniz craquelou e mostrou a verdadeira alma de muitos que considerávamos irmãos.

  2. Muito bom.o texto, não desmereço o trabalho dele junto a Mansão do Caminho, mas agora na velhice Divaldo mostrou seu lado reacionário, e clasista, parece que a convivência com.os mais pobre não ensinou muita coisa nesses anos. E o q mais incomoda é ele usar o “poder” religioso para expor essa ideias, ficasse para si.

    1. Acredito que o trabalho dele na Mansão do Caminho só seu deu pelo Ego e nunca pelo Amor. Triste realidade.

  3. Excelente texto! Infelizmente estamos sendo defrontados com uma realidade dura, de que este “líder” religioso só realizou seu trabalho em prol do seu próprio Ego e nunca pelo Amor.

  4. Não devemos ver o espiritismo concentrado na figura de uma pessoa nesse caso, um médium. O espiritismo é maior que isso tudo. É a doutrina da verdade, da libertação das amarras por nós construídas em experiências pregressa. Sigamos em frente levando avante avante a bandeira do Cristo. Quanto ao médium, lamentamos. É só mais 1 que cai.

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