Declarações de Macron não abalam convicção do Itamaraty no acordo Mercosul-UE

Integrantes do Itamaraty minimizaram o impacto das declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o acordo entre União Europeia e Mercosul durante a Conferência das Partes (COP28) em Dubai. Macron classificou o acordo de livre comércio entre os blocos como “contraditório” e “antiquado”.

“E é justamente por isso que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo […] Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas”, disse o predidente francês.

Para Macron, o acordo não é benéfico para ninguém, já que não é justo pedir aos agricultores e às indústrias francesas que se esforcem para reduzir as emissões de carbono, ao mesmo tempo em que tarifas são eliminadas para a importação de produtos que não aderem às mesmas regras.

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Diplomatas brasileiros, que preferem se pronunciar sob reserva, afirmaram que Macron sempre foi contra o acordo e destacaram que as negociações ainda continuam. Segundo eles, a Comissão Europeia continua demonstrando interesse no acordo.

No entanto, eles admitem que será difícil finalizar o acordo ainda esta semana, antes da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, um crítico do Mercosul.

De acordo com um embaixador entrevistado pela coluna, as negociações deverão ser retomadas assim que o novo governo argentino assumir, previsto para ocorrer no domingo (10/12).

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