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Covid-19: maceioense desafia contágio

Mesmo com toda consciência ativa sobre os riscos de sair de casa, algumas vezes precisei sair por questões de força maior, tipo comprar alimentos ou ir até a agência bancária.

Na agência encontrei duas pessoas, cada qual resolvendo sua vida a distância segura. O que me chamou a atenção estava no calçadão à beira-mar de Maceió, onde as famílias pareciam mais unidas cuidando da saúde com trajes próprios de caminhadas.

Vi avô com netinho, pai com filho, mãe com filha e até a família inteira passeando como sempre fez e como se nada demais estivesse acontecendo. Inclusive um romântico casal de idosos caminhava vagaroso e embevecido com a paisagem idílica.

Dentro do meu estômago algo revirou, e um medo grande do que aguarda esta gente dirigida por um mau “influencer” passou perturbadoramente por meu pensamento, quando recordei os relatos de plantões que amigos trabalhadores da saúde têm feito, no limite do profissionalismo a explodirem humanidade ferida enquanto nos pedem para ficar em casa.

Senti desejo imenso de correr na direção de casa e não precisar sair até que tudo isso tenha passado. Mas muitas vezes as obrigações da vida adulta, como sermos pais, mantenedores e circunstâncias afins nos obrigam a quebrar a quarentena, sem esquecer a máscara de proteção e o material de higienização das mãos, na consciência de que há risco e por isso mesmo a responsabilidade de nos cuidarmos para proteger a nós mesmos e aos outros soa como um sino.

Mas aqueles transeuntes da orla de Maceió não tinham pressa, estavam a passeio, caminhando para manter a forma e a saúde em meio a uma pandemia na qual não acreditam e por isso expõem a si e aos seus sem máscaras, sem noção de perigo, sem responsabilidade.

O efeito Bolsonaro de atrapalhar as políticas preventivas ao aumento acelerado do contágio por covid-19 se mostra na parte elitizada de Maceió, onde conhecimento não se traduz em atos e o alto preço a ser pago por isso nos causa medo pensar.

Informações sobre o retorno da vida em social na capital alagoana começam a surgir, e a “normalidade” já não é normal.

Uma resposta

  1. Isso no deixa muito tristes, a pior das doenças se chama IGNORÂNCIA, e essa agrava todas as outras!

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