Em manjada estratégia eleitoreira na passagem por Alagoas, o presidente Lula dividiu palanque com a malta bolsonarista local, como é normal que aconteça quando o poder executivo e legislativo de um país comporta todo tipo de perfil político.
Até este ponto consideramos compreensível, pela força do cargo e representatividade que carrega.
Contudo, registramos com repúdio a reação do presidente da República para com o povo alagoano que na oportunidade vaiou ostensivamente o presidente da Câmara, Arthur Lira, com discurso eivado de moralismo barato.
Aqui quem deveria calar a boca era o presidente Lula.
Este território que elegeu Arthur Lira tem a legitimidade de expressar seu repúdio, seu asco, pelas ações de Lira, que por sinal, declinam vergonhosamente sobre o governo do PT.
Este povo a quem Lula mandou silenciar, enfrentou truculências políticas de gente como Lira para fazer campanha e votar, elegendo-o presidente.
Respeite o povo que enfrentou violências e coronelismos por você, presidente Lula!
Vaiar é o mínimo que uma nação oprimida por representantes obtusos e insensíveis, capazes de todas as truculências possíveis, pode fazer.
Que este amargor reverta em votos contrários ao bolsonarismo e críticos ao servilismo do governo.
Criticar políticos é uma veia da democracia que não pode ser interrompida por rompantes autoritários de ninguém.
O povo alagoano tem o direito de enfrentar seus próprios azares a céu aberto.
Quem não ouve o povo, deve sair calado.