Comunidade internacional se reúne para endurecer sanções à Síria

Valor Econômico

Dezenas de países estudam neste domingo o endurecimento de sanções à Síria, além de aumentar as pressões diplomáticas para isolar ainda mais o presidente Bashar al-Assad, ao mesmo tempo em que pedem à oposição que apresente uma alternativa democrática ao regime atual.

O encontro do grupo chamado de “Amigos do povo sírio”, que acontece neste domingo em Istambul, na Turquia, foi marcado pela ausência de China, Rússia e Irã, aliados de Assad que não concordam com o ponto de vista do Ocidente e de aliados árabes para conter o derramamento de sangue na Síria. Um plano de paz do enviado especial da Liga Árabe e das Nações Unidas, Kofi Annan, não foi aceito e a violência continua.

“Não se pode permitir que o governo sírio manipule este plano para ganhar tempo”, disse o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, na abertura do encontro.

Erdogan sugeriu que sejam consideradas alternativas militares caso a Síria não aceite o plano de Annan e se o Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguir unificar a oposição contra al-Assad. Ele se referia aos vetos de Rússia e China ao plano de censurar o presidente sírio, contrários a uma intervenção militar estrangeira.

“Se o Conselho de Segurança da ONU não conseguir, mais uma vez, cumprir suas obrigações históricas, não restará outra alternativa a não ser respaldar o direito do povo sírio de se defender”, disse Erdogan.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se mostrou igualmente cética sobre a possibilidade de o governo sírio cumprir o plano de Annan, que propõe o fim imediato da violência e o início das negociações de paz encabeçadas pela Síria.

“Já se passou quase uma semana e devemos concluir que o regime ampliou sua longa lista de promessas não cumpridas”, disse Hillary. “O mundo deve julgar al-Assad pelo que ele faz, não pelo que ele diz. E não podemos esperar mais.”

Hillary pediu que os demais apoiem um plano que inclui mais sanções, ajuda humanitária, apoio à oposição e a promessa de que serão julgadas pela Justiça as personalidades do regime envolvidas nas atrocidades.

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