Criada em 4 de maio pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), a comissão especial que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), da deputada Bia Kicis (PSL-DF), obrigando o voto impresso nas eleições, deve encontrar acolhida em parte da bancada federal de Alagoas, levando em conta as posições dos seus partidos em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
O presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, rejeita o voto impresso; Bolsonaro, ao estilo, ameaçou: “Se não tiver voto impresso, é sinal que não vai ter eleição! Acho que o recado está dado”.
Os partidos vão indicar os membros desta comissão mas ainda não há data para a PEC ser votada no plenário da Câmara. Porém, é possível saber, com antecipação, a posição de integrantes da bancada alagoana, levando em conta as posições deles em relação ao presidente da República ou de seus partidos.
Votos
Arthur Lira não deve votar, por ser presidente da Câmara.
Nivaldo Albuquerque (PTB), Sérgio Toledo (PL) e Severino Pessoa (Republicanos) devem dizer sim ao voto impresso, para agradar Bolsonaro.
O PTB é liderado por Roberto Jefferson e busca atrair Bolsonaro para a legenda ou ele mesmo ser indicado para vice do presidente.
O PL, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, indicou a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Foi atraído ao bolsonarismo por Arthur Lira.
O Republicanos tem João Roma como ministro da Cidadania.
O PSDB, mais ligado às pautas do governador de São Paulo e opositor de Bolsonaro, João Dória, deve dizer não ao voto impresso. O partido já defendeu o voto impresso ao disputar as eleições com Dilma Rousseff e pediu auditoria nas urnas eletrônicas, após ser derrotado.
Hoje, porém, deve marcar território do lado oposto, ou seja, dos contrários ao voto desejado por Bolsonaro.
A bancada federal alagoana tem dois tucanos: Tereza Nelma e Pedro Vilela.
O PSD é representado por Marx Beltrão e deve dizer não ao voto impresso. O partido de Gilberto Kassab teve recentemente encontros com o ex-presidente Lula e o Palácio do Planalto mapeia os cargos da legenda na máquina pública.
O MDB é dividido nacionalmente, Enquanto o ex-presidente Michel Temer é cortejado por Bolsonaro, o senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, encabeça a lista dos mais novos inimigos de infância do presidente da República.
Isnaldo Bulhões é o integrante da bancada federal no partido e deve ser contrário ao voto impresso.
Paulão (PT) segue a posição do partido e dirá não ao voto impresso.
