O governador Paulo Dantas tem razão ao comemorar a queda nos números oficiais das mortes violentas. Abril, diz a SSP, foi o segundo menos violento da série histórica. Mas isso não significa sensação de segurança.
Antes os programas policiais potencializam a insegurança; agora são os grupos de Whatsapp.
Não é apenas em Alagoas. Os institutos nacionais mostram que o brasileiro sente cada vez mais medo por ele mesmo e os seus. Porque vê na TV, sites e nas redes sociais um tipo de realidade que os governantes não conseguem alcançar.
Paulo Dantas insiste bastante que é trabalhador, acorda cedo, está todos os dias no batente. Talvez o excesso de ativismo não lhe deu ainda a condição de conversar com o povo e entender o porquê dos números da segurança pública não se refletirem na realidade pragmática de quem acorda ainda mais cedo que ele (ou precisa dormir na hora que ele acorda) e tem a insegurança como um guia muito ruim.
Não existe dúvida que nos bairros nobres da capital a sensação de insegurança é bem menor. Problema é sair das bordas do Estado e enveredar mundo adentro. Há cidades em que os prefeitos são mais temidos que os bandidos. Ou alguns deputados estaduais que se creem coronéis.
O tamanho do gabinete militar da Assembleia Legislativa também não é, governador, uma demonstração de que a sensação de insegurança existe?
São problemas que a linguagem ou o discurso isoladamente não resolvem. Muitos pregaram que bandido bom era o bandido morto. Por que após o sangue bater na canela num passado nem tão distante assim esta sensação de insegurança persiste?
É uma questão para se entender.