Violência de gênero na política é uma marca que remonta ao início da ofensiva de extrema direita desde Brasília ao restante do país.
Após o sucesso vergonhoso das abordagens de Bolsonaro com Maria do Rosário, ambos parlamentares, as porteiras da misoginia foram escancaradas.
Em São Paulo, 25 deputadas foram ameaçadas de morte.
Nas plenárias da Câmara Federal as deputadas de esquerda são acossadas com agressões que vão desde tentativas de desqualificação de suas falas, posturas, corpos, até ameaças mais severas.
Ou seja, o Brasil está fermentando violência de gênero na política em todos os âmbitos.
Contra essa manifestação machista, baseada na força e na linguagem chula, as mulheres do Rio Grande do Norte estão tomando a defesa da governadora Fátima Bezerra, que foi agredida verbalmente pelo senador Styvenson Valentim Mendes, que é policial militar e político eleito pelo PSDB capixaba.
Aproveitando uma situação que envolve aluguel de equipamentos Chromebooks para a rede estadual de ensino, que teve o contrato suspenso pelo TCU local para que o Estado esclarecesse a desclassificação de empresas no processeo licitatório, o senador usou suas redes sociais para acusar a governadora de praticar corrupção por não ter comprado, e apena alugado os equipamentos, falando ainda em sobrepreço.
Mas a sua abordagem indigesta, chocou a sociedade:
“Não venha dizer que tô mentindo, não, que eu tenho a nota fiscal e eu esfrego na sua cara”.
“A senhora quer lascar com quem, porra!?”
Em nota, o governo do Rio Grande do Norte classificou a atitude do senador como “leviana e irresponsável”, explicando que os recursos foram destinados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e são específicos para custeio, o que impede a utilização para compra.
A solidariedade para a governadora Fátima Bezerra ganha eco por todo país através das redes sociais.