Não é possível tapar o sol com a peneira da positividade ingênua. O que está acontecendo com a política brasileira é muito pior do que a mídia corporativa divulga e as nossas opiniões podem dar conta de analisar.
O pior está fermentando longe dos olhos de quem só consegue perceber os movimentos chaves de Brasília e as repercussões do eixo Rio-São Paulo.
O caldo antidemocrático está esquentando por todos os lados, do micro para o macro. Agora seja uma pessoa leitora que também é boa entendedora e considere os rincões e todos os municípios brasileiros como portadores de forças direcionadas a um único projeto político: cis, religioso, anticomunista e coach. Nesta vertente prolifera tudo o que associamos às ditaduras.
Está em curso o projeto de formação de líderes de alta performance, com vistas ao pleito eleitoral de 2026 em seguida, com perfis jovens e bem sucedidos economicamente, mesmo que seja através de mecanismos duvidosos, pois isto é o que menos importa para os organizadores de empresas voltadas a agregar tais pagantes.
Parece aqueles filmes nos quais os vilões que foram rejeitados pelas academias desenvolvem seus próprios esquemas de poder para ferir o mundo e encher os bolsos. Nestes agrupamentos a cientificidade se resume a falácias.
Os grupos gravitam entre extremos, seja de localidade, como por exemplo Ushuaia, no fim do mundo argentino, a experiências luxuosas, com finalidades de elevação do ego, que rompem com aquilo que se designa crença limitante para atuar no cenário da economia e da política com extremos de sucesso.
A mentalidade liberalista pode justificar tais escolhas como liberdade, apenas. Contudo, as vinculações dos mentorados com organizações políticas e partidos de extrema direita, é basicamente uma regra.
As lições de reprogramação de crenças vasculha os princípios sedimentados para desalojar umas e colocar outras no lugar, em nome de uma superação da autossabotagem e procrastinação, que deverá resultar em sucesso na vida econômica, relacional e orgânica.
As lideranças de estrema direita que participam destas formações, despejam altos valores em empresas que por sua vez, patrocinam redes sociais com milhares de publicações. Uma enxurrada de narrativas preconceituosas, alienantes e ultraliberais acusam a consciência politicamente correta de ser causadora dos dramas sociais, como se tudo dependesse da vontade.
Na verdade, captam adesão. Insuflam o emocional com trabalhos de imagens, sonorização e jargões milagrosos, com uma tela religiosa ao fundo, como resultado de um trabalho multiprofissional de ponta, envolvendo tecnologia e metalinguagem, livremente.
Estes serão os candidatos que estarão disputando a partir de 2026, distribuídos por todo país, de acordo com as organizações dos partidos de extrema direita e direita conservadora.
Com estes perfis e suas narrativas bem pagas, distribuídas e agressivamente postas no cenário nacional como a face verdadeira da política, totalmente focada no personalismo e sucesso das estrelas faiscantes, não haverá receptividade para diálogos sobre Direitos Humanos, organização sindical, direitos trabalhistas, SUS, moradia, educação pública fora da zona militarizada, relações de gênero de nenhuma espécie, racismo, feminismo, com aceitação zero para comunismo e socialismo.
Será que o fim da esquerda se anuncia pelas bordas?
Teremos uma nação ditatorial a partir dos eleitores?
O povo desinteressado por si mesmos elegendo líderes performáticos e antidemocráticos, confirmará a previsão de Bolsonaro sobre a eleição de senadores fascistas para destituírem o STF?
A extrema direita amadureceu seu projeto, enquanto a esquerda sorria de Olavo de Carvalho?
O que está repercutindo com mais força na hora do voto, o benefício público ou individual?
Algo de pior está se aproximando e precisamos aprender a fazer outras leituras como contracultura ao projeto coach/fascista que está vindo por aí, bem próximo.
Arrogância acadêmica esquerdista pode ser um recurso perigoso.