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Por que a superlotação do HGE continua, se Alagoas tem mais hospitais?

Falar da superlotação no Hospital Geral do Estado, de pessoas espalhadas em cadeiras ou macas nos corredores, da espera sem fim por socorro, de funcionários sobrecarregados, esgotados num esforço que parece em vão; falar disso tudo é repetir uma maldade que não acaba, saem ou entram governos, construam ou não mais hospitais, mais UPAs.

Ontem, a TV Gazeta mostrou ambulâncias do SAMU paradas na porta do HGE, algumas vindo do interior, trazendo mais gente para despejar num lugar que não cabia mais ninguém. As ambulâncias tinham de esperar a volta das macas porque dentro do hospital não havia macas para deixar os doentes. Motoristas esperavam duas, três, quatro horas. Quantos deixaram de ser atendidos pelo SAMU neste período? Quantos socorros negados? Por que tantas tragédias reunidas não pautam mais os discursos de nenhum deputado estadual, nenhum deputado federal? Por que nenhum dos 3 senadores fala deste assunto? Onde está o secretário Estadual de Saúde? Por que o HGE só volta a ter importância nas eleições?

Muitos porquês- e as respostas?

Na pandemia, o governador Renan Filho inaugurou 5 novos hospitais. Por que o HGE ainda recebe pacientes do interior, se estes hospitais poderiam suprir a demanda?

O SUS é o maior plano de saúde pública do mundo, mas quem tem um pouco mais de dinheiro busca os planos privados, talvez para escapar dos corredores do HGE.

Talvez Renan Filho, Alexandre Ayres, Arthur Lira, Fernando Collor, Rodrigo Cunha ou Renan Calheiros merecessem passar uma madrugada fria na porta do hospital. Não é vingança, gente, e sim sensibilidade, apelo ao racional, ao lógico. Só porque o SUS é ruim no Brasil inteiro, não precisamos copiar os modelos piores.

O Governo de Alagoas tem R$ 5 bilhões (mais que isso) em caixa para gastar onde quiser. Quanto custa organizar um sistema público os atendimentos de urgência e emergência? Não sei, mas quem tem o poder para somar e multiplicar deve saber como dividir um tanto disso.

Culpados não podem virar vítimas. Nem as vítimas serem responsáveis pelo caos no HGE.

Os tempos podem ser outros.

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