O estado de polícia nos espreita em cada esquina.
O fio tênue da conduta, a disputa pela permissão de ser gente, essa grossa lágrima quente. Esse Brasil que nos mata, com suas balas de prata, nos espera ali na frente.
Desde a colônia é assim, desde o império também, na república enfeitou com verniz institucional. O cerne do mesmo mal, o risco do mesmo ardil, a necessidade de sangue nos aguarda a cada passo.
Pensou estranho, um balaço! Falou verdade, uma emboscada! Sobreviveu para contar a história e assustar as criancinhas desde o peito sem leite, desde o ninho sem alma.
Um país de assassinados, e um Estado assassino, vira lenda, vira conto, e depois vai virar voto.
Será sina essa desgraça? Será Deus por trás do golpe? O que faltou? O que falta?
Toda resposta é política.
Não há rima virtuosa, nem salvação apocalíptica!
O monstro come poder, a vida é sangue da fera. Imunização econômica e degradação moral faz o bem e faz o mal neste cio infinito da morte.
Vivemos a flutuar em um bloco de coágulos.