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Nossa casa se chama poesia

Compreendi a complexidade, sem desprezar as manifestações múltiplas de verdades. Recusei a posse e agradeci pelas bagagens.

Resolvi seguir em liberdade.

O preço é alto. Há solidão e asfalto.

Mas a estrada é infinita.

Voltemos as nossas mãos para alto, mas também desloquemos a ação mais para baixo, até ser possível encostar a pele na face da terra.

Terra, meu chão de tantas plantações! Medos e desejos espalhados a cada dia.

Mas se brotar a covardia, vou cultivar com mais empenho as sementes da alegria!

Livres para sentir os efeitos das chuvas, efeitos das reduzidas proteções, em salutares proporções de riscos.

Andar na lama, pisar na grama e levar chuviscos!

Eu arrisco amar o verbo intransigente e varar as madrugadas sorridentes, celebrando as vitórias do amor.

Em casa estou.

Nesta casa, onde o reinado sem coroa pertence à poesia, não entra homofobia, por decreto da harmonia!

As portas se abrem para os desencontrados, e um chá de acolhida é servido aos desamparados pelos padrões e tradições.

Portas cerradas ao machismo, ao racismo, e tantas outras tristes classificações de condutas que entristecem.

Nossa casa é acessível aos inventores, escritores, polinizadores.

Cada raiar, traz o clarão da bendição fraterna.

E no ocaso, uma vibração sutil amaina os dissabores.

Consciência que liberta os amores, mostra que a volatilidade da posse é quimera adoecida de quem não entendeu a poesia da vida.

Uma resposta

  1. Eu, que me considero um ‘espírita sem teto’, hoje me sinto acolhida pela casa da poesia.

SOBRE O AUTOR

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