Morte de Hebe era questão de horas, diz médico

G1/Fantastico

A apresentadora Hebe Camargo, que morreu aos 83 anos na madrugada deste sábado (29), chegou a ficar “totalmente sem doença” após a cirurgia e as sessões de quimioterapia a que foi submetida em 2010. A afirmação foi feita pelo oncologista de Hebe, Sérgio Simon, ao Fantástico deste domingo (30).

Ao falar ao programa sobre os resultados do tratamento contra um câncer no peritônio (membrana que recobre o abdômen) da apresentadora, o médico disse: “Os exames de sangue acusavam uma regressão completa da doença. [Ela] teve um ano inteiro praticamente de vida normal, com uma excelente qualidade de vida.” Em 2011, no entanto, a doença voltou, fazendo o quadro de Hebe piorar progressivamente.

O Fantástico informou que Hebe havia decidido, cerca de um mês atrás, deixar o hospital onde se tratava de um câncer e voltar para casa. De acordo com o programa, que mencionou a piora do estado de saúde de Hebe ao longo da última semana, a opção da apresentadora foi tomada junto com a família e a equipe médica do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ela esteve internada pela última vez, em agosto.

Hebe estava com dificuldade para se alimentar – o que ela fazia por meio de sonda – e os remédios contra a doença já não faziam efeito, mostrou a reportagem. “No momento em que o hospital deixa de oferecer ao paciente uma oportunidade de cura (…), não tem por que tirá-la do seu conforto”, afirmou ao Fantástico o cardiologista de Hebe, Dante Senra. “Foi montada uma estrutura dentro da residência dela, com médicos, com enfermeiras e com todo o suporte que ela poderia eventualmente ter no hospital.”

Segundo o programa, Senra esteve com Hebe todos os dias nas últimas duas semanas. O médico comentou sobre a condição da apresentadora na noite desta sexta-feira (28), quando a viu pela última vez. “Ela já estava, infelizmente, muito debilitada. O rim dela já mostrava sinal de falência.” Questionado se o quadro indicava que a morte da apresentadora era “uma questão de horas”, Senra respondeu: “Era uma questão irreversível”. Hebe morreu na madrugada de sábado, quando se preparava para dormir.

Enterro
O corpo da apresentadora Hebe Camargo foi enterrado por volta das 10h30 deste domingo (30) no cemitério Gethsemani, no bairro do Morumbi, em São Paulo, sob aplausos, gritos de “Hebe, eu te amo” e pétalas de rosas jogadas por fãs. De acordo com a administração do cemitério, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do enterro.

O sepultamento da apresentadora, ícone da TV brasileira, foi acompanhado por uma multidão composta, além dos fãs, por familiares, amigos, artistas e políticos nesta manhã. A chegada do caixão ao cemitério também foi aplaudida. Durante o enterro, os fãs cantaram, ainda, a música “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos – ela era fã do cantor.

O caixão com o corpo de Hebe deixou o Palácio dos Bandeirantes – onde ocorreu o velório e amissa celebrada pelo padre Marcelo Rossi – por volta das 10h, em um carro do Corpo de Bombeiros, e seguiu em cortejo em direção ao cemitério. Lá, foi transferido em um carro elétrico e levado até o local do sepultamento, o jazigo da família.

No percurso até o cemitério, o caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil e rodeado de coroas de flores enviadas pelos familiares, amigos, artistas e políticos, como a presidenteDilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os apresentadores Luciano Huck e Angélica, Pelé, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o empresário Antônio Ermírio de Moraes – entre dezenas de outros.

Hebe morreu de madrugada de sábado (29) em casa após sofrer uma parada cardíaca, ao se deitar para dormir, segundo a assessoria de imprensa do SBT. Ela lutava contra um câncer desde 2010.

.