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Marx e Quintella viram o bêbado do pós-carnaval

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Com bem menos mesóclises, os ministros alagoanos Marx Beltrão e Maurício Quintella tentam implantar um “governo próprio”, enquanto a era Temer se equilibra entre as falas das delações premiadas.

Quase sempre estão juntos, definindo ações, traçando metas e, em seguida, se dividem, como se fossem corpos diferentes, porque o presidente se trata como ilegítimo (e não faz esforço para mudar sua auto-imagem).

Ambos são candidatos a alguma coisa.

Quintella vai em busca da reeleição; Beltrão quer o Senado, talvez saindo do PMDB, mas nada de discurso de oposição a Renan Calheiros.

Porém, nada é tão interessante quanto a tentativa da dupla de endurecer o discurso ou buscar uma bandeira entre os escombros do Governo.

Quintella garante, por exemplo, que se o preço da passagem aérea não cair, revisará a franquia de bagagens, implantada por ele mesmo, e agora renegada em nome do voto do eleitor médio.

Bobagem, não terá força para fazê-lo.

Com bem menos voz na imprensa nacional, Beltrão se esgueira em mostrar-se palatável ao Senado ou apontando que suas canetas vazias estão sempre cheias de alguma coisa para derramar investimentos em qualquer microfone à disposição.

Marx Beltrão e Maurício Quintella representam o bêbado do pós-carnaval. À deriva, transforma paredes em púlpitos, sombras em gente, caminhos em escadas.

Impressionada, a plateia assiste ao falatório e sorri- e se toleram os bêbados pela piada e a ironia do nosso cinismo.

E amanhã tudo volta ao normal, como se tudo fosse nada…

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