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Governos que orquestram nossas ilusões

O poder parece ter descido do trono, demonstrando entender de povo, daquilo que causa alegria, folia! Fala de como lhe faz bem ver a multidão saltitante, cantante…certamente feliz!

O que o poder não parece entender mesmo, é de gente, de necessidades reais.

Há, contudo, um acordo feito neste período festivo: coisa séria está proibida! Realidade é o de menos, nos dias que seguirão, até a quarta-feira de cinzas largar seu manto de ressaca…empoeirando de fatalidades as individuais criaturas, de volta à vida, com as memórias da fantasia. É assim há anos, apesar das configurações cambiantes.

Muito dinheiro é gasto em nosso país para alimentar a indústria fantástica!

Famílias perambulando com os seus enfermos pelos corredores sem fim do Hospital Geral do Estado, que provavelmente pioram sob as circunstâncias das festas carnavalescas; outras tantas a chorarem a tomada precoce de um parente pelas facetas da violência inexplicada; a parte má da sociedade, onde a ilusão cobra o preço da dependência e da marginalização, não entra no ritmo da alegria, pois para lhes alegrar seria preciso oferecer o que os governos se recusam a fazer: política pública com foco no real melhoramento da qualidade de vida.

Sim, seria possível festejar as boas mudanças! Nosso povo que de tão festeiro festeja até o nada, teria razões verdadeiras para se alegrar.

Mas há uma dinâmica antiga no malabarismo político, que projeta milhões em propagandas para dizer que está tudo bem, no intuito de não investir nenhum centavo no que pede investimento para o melhoramento social.

Convivemos com as mentiras e descaramentos, cantando, mascarados ou não, porque aprendemos a ficar alegres nos dias de carnaval.

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