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Fora do PSDB, Rui segue aliado de Téo Vilela, fica livre para apoiar Alfredo Gaspar – e nem precisa subir no palanque

O prefeito Rui Palmeira (sem partido) está livre para apoiar o procurador-Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, na disputa pela Prefeitura de Maceió, sem precisar correr o risco de infidelidade ou expulsão do PSDB- já que ele mesmo saiu do partido- e, de quebra, manteve a aproximação com o senador Rodrigo Cunha, presidente estadual do PSDB, para apoiá-lo ao Governo em 2022, além do ex-governador Teotonio Vilela Filho que, mesmo sem cargo público, é ponte entre Rui e os usineiros.

Cunha, Téo Vilela, o deputado federal Arthur Lira (PP) formam o grupo político de Rui.

Ao mesmo tempo, o prefeito de Maceió marcou posição contra o deputado federal JHC (PSB), apoiado por Cunha nas eleições para a chefia do Executivo na capital alagoana.

O desentendimento (momentâneo) entre Rui e Rodrigo Cunha deve durar apenas esta eleição.

E como Rui não vai às urnas em 2020, não tem obrigação de se filiar a partido algum.

Especula-se sua ida ao DEM, de José Thomáz Nonô, aliado desde sempre do ex-ministro do TCU, Guilherme Palmeira, pai de Rui, tanto na política quanto nos negócios: os sobrinhos de Guilherme e os filhos de Nonô são sócios na TV Pajuçara, retransmissora da Rede Record em Alagoas.

Na política, informalmente, Rui deve apoiar Alfredo Gaspar. Se o hoje prefeito recusar a aliança branca, o chefe do Ministério Público vira potencial candidato ao Governo.

O prefeito e o governador Renan Filho (MDB) se unem nos bastidores a favor de Alfredo Gaspar, contra JHC, que monta grupo político também capitaneado por Rodrigo Cunha, rivalizando com os Calheiros.

O prefeito, aliás, pode seguir alguns destes caminhos: declarar neutralidade na votação (o que seria uma fachada, porque estaria trabalhando a favor de Gaspar de Mendonça); apoiar algum candidato (que não atrapalhe os caminhos eleitorais do chefe do MPE); assumir, publicamente, linha de oposição a Alfredo, uma operação arriscada: JHC pode se aliar a Renan Filho, apoiando Alfredo e destruindo o futuro político de Rui.

Fora do PSDB, Rui descobriu que existe salvação para ele mesmo na política. Seu mandato medíocre na Prefeitura será esquecido pelo eleitor. E ao lado de Renan Filho assume-se inimigo cordial. Porque na política- como diria Téo Vilela- não existe almoço grátis.

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