CGU publica nesta 3a processo contra CGU

De acordo com a CGU, caso o processo administrativo conclua que a Delta é inidônea, os órgãos que têm contratos com ela terão a opção de rescindir os compromissos já assinados

Folha

A CGU (Controladoria-Geral da União) deve publicar amanhã portaria abrindo processo administrativo disciplinar para investigar a construtora Delta, que teve integrantes de sua cúpula citados em conversas do empresário de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira –preso na Operação Monte Carlo–, interceptadas pela Polícia Federal.

A CGU vai apurar irregularidades da construtora em obras em nove Estados. São falhas como pagamento de serviços fora do segmento contratado, pagamento de serviços inexistentes, deficiências nos projetos aprovados, entre outros.

O processo vai avaliar se a construtora será declarada inidônea e proibida de firmar contratos com o governo. A investigação pode levar até dois meses. A empresa terá direito de se defender das irregularidades apontadas.

De acordo com a CGU, caso o processo administrativo conclua que a Delta é inidônea, os órgãos que têm contratos com ela terão a opção de rescindir os compromissos já assinados.

A interrupção significará que o governo terá que chamar a segunda colocada na licitação ou fazer uma nova concorrência pública.

Atualmente, as segundas colocadas não costumam aceitar porque as licitações
são feitas com preços antigos, que estão defasados. E, em caso de nova licitação, os orçamentos para a administração, em geral, ficam maiores.

A Delta afirma que as eventuais relações da construtora com Cachoeira se referem apenas ao ex-diretor da empresa para a região Centro-Oeste, Claudio Abreu, já afastado, e não à sua cúpula.

A Delta é a empresa que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007 e deve ser investigada na CPI do Cachoeira, a ser instalada amanhã no Congresso.

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