Odilon Rios
Do Repórter Alagoas
A criação de cargos no Governo, as greves dos servidores públicos e a decretação- pelo Tribunal de Justiça- da ilegalidade das paralisações dos funcionários- viraram pauta na Assembleia Legislativa. O assunto foi puxado pela oposição.
De acordo com o deputado Judson Cabral (PT), as receitas do Estado cresceram 38%- o que possibilitaria o aumento pedido pelos servidores nos salários.
Líder do Governo, o deputado Edval Gaia (PSDB) não contestou o crescimento da receita, mas lembrou que Alagoas está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)- impedindo os aumentos.
O Governo não vem procurando conversar de forma positiva e a situação tende a se agravar. Estive na assembléia dos militares, que estão revoltados com o pedido de ilegalidade das greves, disse Judson.
Revolta com os equívocos na posição do Tribunal de Justiça, quando antecipa e fornece liminares de ilegalidade de greves que nem foram deflagradas. E, ao mesmo tempo, o próprio tribunal não age em defesa dos militares quando o próprio Governo descumpre uma lei, aprovada nesta Casa, encaminhada pelo Executivo e que assegura o reajuste da isonomia dos militares, disse o deputado petista.
Ele reclamou ainda da situação de degradação e humilhação das pessoas que estão deitadas em corredores no Hospital Geral do Estado- à espera de atendimento.
O Hospital Geral do Estado parece um hospital de guerra, uma verdadeira carnificina como a gente vê o Oriente Médio
Lamentavelmente o Governo se tranca em seu palácio de vidro, como dizem os servidores, e trata as pessoas com descaso, disse Judson.
O deputado Ronaldo Medeiros (PT) também reclamou do Governo.
O Governo trata os servidores de forma autoritária, não se aceita essa forma. Sabemos que este orçamento é enxuto, pequeno, mas o Governo criou 800 cargos para ser nomeado como se quer, sem concurso público, disse.
Líder do Governo, Edval Gaia disse que há preocupação no Executivo quando a falta de condições da dar os aumentos aos servidores.
O Governo está preocupado. A folha de pagamento cresceu R$ 40 milhões, 46% de crescimento em quatro anos. O que acontece, deputado Judson, é que Alagoas tem suas limitações na Lei de Responsabilidade Fiscal, mas o Governo não deixa de estar pronto para o diálogo. O sentimento de respeito que tem ao funcionário é grande, só que a gente tem a responsabilidade de pagar e não tem condições, disse a liderança.
O Governo teve a coragem de colocar uma política salarial de reajuste dos servidores. Tem funcionários que não tiveram aumento, e eles têm de ser olhados com carinho, grande parte destes servidores tiveram aumento de 26%, disse Gaia.
