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Armas em lares cristãos e a incoerência dos irmãos

Tenho escrito sobre a incoerência do apoio de pessoas ditas religiosas, principalmente cristãs, ao político Jair Bolsonaro. Não preciso recorrer a cátedras para explicar as razões: desde violência verbal contra mulheres, elogio da tortura e perseguições a minorias, ao completo desrespeito a temáticas ambientalistas, culturais, científicas e democráticas, o repertório do presidente de tudo possui sem buscar esconder sua adesão ao incentivo armamentista.

Custou-me ver adeptos do armamento tirando fotos dentro dos templos onde professam a fé em um Deus barateado no discurso, que serve para encobrir a torpeza e a vilania do grupo que tomou o poder através do voto cego.

Hoje nosso país está sob a força de um decreto anunciado que prevê não apenas a posse da arma, mas a ampliação da quantidade de armas em casa. Obviamente que o mercado financiador desta política está em festa, pois o terrorismo instalado nos lares do Brasil através das redes de televisão, principalmente aquelas envolvidas no projeto de domínio truculento, levará o cidadão comum a injetar suas economias na compra da solução vendida.

Mas…quem é o inimigo do cidadão comum brasileiro? Outros brasileiros. Aqueles que ele próprio elege para odiar, também entra na lista.

Quem está sendo eleito para ser odiado no Brasil?

Homossexuais. Feministas. Petistas. Esquerdistas. Intelectuais. De acordo com agenda odienta do presidente e seus filhos, que atuam como presidentes-mirins nas redes sociais, cheios de guerras ideológicas.

A partir dos próximos dias todos nos olharemos com temor, pois se antes do festival armamentista bolsonariano nosso país conseguiu matar mais do que países em guerra, nem ousamos imaginar o possível resultado desse show beligerante.

Volto a olhar os rostos dos cristãos, envolvidos na conhecida aura de santificação no momento da prece, na paz de guardar cinco canos de revólver no seio familiar. Agradecerá a Deus por isso? Não duvido! Andam a deturpar as mensagens evangélicas e justificar o injustificável à própria consciência.

Não poderemos jogar esse desatino para baixo do tapete. Cristãos armados não serão amados, tampouco saberão amar.

Quantos ainda precisão matar em nome da paz?

 

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