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AL 101 Norte atrai guabirus e outros personagens

A política foi transformada em espaço atraente, e muitos interesses podem ser misturados no palco do poder ou em suas bordas, sempre abarrotadas de partícipes.

Era uma autorização de duplicação na rodovia AL 101 Norte. Mas na verdade, era também uma grande reunião de interesses, onde os menores diziam ter ligação com o fato motivador do encontro. A rodovia era apenas o mote. O trançado eleitoral estava além de qualquer chão.

Como tem sido oportuno descaracterizar discursos  ideológicos – sendo este feito altamente ideologizado – poderíamos encontrar a direita e a esquerda oficial dando as mãos na grande ciranda alagoana com mira voltada às prefeituras nas eleições deste ano.

Além da bela dama corrompida, nossa Maceió de tantas faces, os carreiristas do interior do estado também ocupavam cadeiras no evento; inclusive os ditos “guabirus”, envolvidos no escândalo de desvio de dinheiro da merenda, com passagem pela carceragem da Polícia Federal. Ou seja, nada novo! Tudo de novo! Promessa ingrata para a ferida Região Norte do estado.

Mas insisto, política não se resume nessa cena aterrorizante, massificada pelo poder operante através das aparições midiáticas impostas. Ser político é colocar-se contrário a isso em convicção e fé, e sem pronunciar uma palavra que seja, ser capaz de dizer “não” em forma de voto.

Ser político é ocupar espaço em leque aberto, com muitas possibilidades e canais de expansão daquilo que nos vai na alma, dos desejos dos coletivos e territórios tradicionais.

Urge, no entanto, fazermos leituras mais elaboradas dos fenômenos da “normalidade” do poder.

E escolher. Pois não bastará reclamar. A cada dia precisamos reafirmar esse ser político que existe em cada um de nós, para educar suas expressões até conseguirmos lidar com o poder, sem nos deixarmos contaminar com a energia palaciana que cria cegos, surdos e mudos, ao rufar dos tambores.

 

 

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