É uma ferida aberta, no Ministério Público, o afastamento do promotor Coaracy Fonseca do exercício funcional, decidido pelo Colégio de Procuradores.
Não preciso defender o promotor. Ele tem os seus advogados ou faz a sua própria defesa.
Mas as acusações compartilhadas por ele nas redes sociais- que geraram seu afastamento- mereciam ser investigadas.
Fonseca acusa o Colégio de Procuradores de atacar a sua liberdade de expressão, ao decidir pelo seu afastamento.
Será que um promotor, ex-chefe do Ministério Público, cujo trabalho é reconhecido pela própria instituição que divulga fartamente suas ações, espalha notícias falsas pelas redes sociais?
As cabeças brancas do Colégio de Procuradores não agem por impulso nem com o fígado.
Porém, não conseguem impedir o enxovalhamento do promotor.
Como fica o Colégio de Procuradores se Coaracy conseguir uma liminar para que ele retorne ao cargo?
É preciso muito cuidado. Coaracy Fonseca está à beira de ser demitido. Mas, por qual motivo? Se os motivos são as acusações dele, por que não investigá-las?
As nuvens que pairam no Palácio do Planalto são suficientes para que as instituições reflitam sobre os tempos ruins que vivemos.
E vulgarizar o tempo ruim gera ruídos na democracia.