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Voto feminino: mulher não é cópia de homem

Na legalidade do patriarcado as conquistas femininas são alcançadas a conta-gotas. Mesmo assim, todas elas merecem e precisam ser ressaltadas!

O direito ao voto feminino fincado na data de 24 de fevereiro de 1932, no governo Vargas, foi resultado de lutas, campanhas intensas, e ainda assim veio partido, assegurando o direito de votar e ser votada apenas para mulheres tuteladas por maridos e devidamente autorizadas por eles (o que provavelmente deixou muitas mulheres de fora), viúvas ou solteiras com renda própria. O voto feminino não era, então, obrigatório.

A participação de mulheres nas instâncias de decisão política no Brasil desde o início sofre o controle dos moldes masculinos.

Apenas em 1946 o voto feminino foi incluído no patamar da obrigatoriedade, e sem dúvida já havia sido dado tempo para que a padronização surtisse efeitos.

Por que relembramos tais aspectos? Por considerar necessário debater a inserção da mulher na política com isenção do modelo masculino de vivenciar esta ação cidadã.

Quantas vezes percebemos mulheres se comportando como homens, principalmente nos parlamentos?!

Para nós, mulheres eleitoras, quantas vezes as questões de gênero influenciaram as nossas escolhas?

Urge que ampliemos a representação de gênero no parlamentos, mas que estas mulheres representem também um projeto feminista de poder!

Parlamentares do sexo feminino que se permitem ampliar projetos familiares de mando, por exemplo, merecem nosso repúdio; pois emprestam seus nomes, rostos, CPFs e títulos eleitorais para darem sequência ao mando de seus maridos e filhos, obscurecendo as questões de gênero e abdicando a própria autonomia.

Tema importante para este dia, sem de maneira nenhuma desafinar o coro de celebração da luta exitosa. O voto feminino ainda é algo considerado recente no Brasil, do ponto de vista histórico. E caberá à sociedade, de modo particular aos setores progressistas e feministas, alertar para esta questão: mulher na política não é papel carbono de homem!

Sejamos nós por nós!

Uma resposta

  1. ” […] a inserção da mulher na política […]”

    “Sejamos nós por nós!” (finalizou começando!)
    As mulheres só dependem delas mesmas.
    No entanto, tem que focar em propostas e menos ataques inócuos. Usando do “feminismo exacerbado”. Tipo essa discussão com Bolsonaro, não leva a nada.
    Aí sim, terão o espaço merecido. Só que pra isso deva ser (demonstrar-se melhores que os homens; dando bons exemplos, deixando de ser ‘puxadinho’ de esposos…, cumprindo ‘tabela’, fazendo o que os maridos mandam, sendo proativa, diferente, propositora e cumprindo o que promete).
    Alagoas tem bons exemplos de mulhres na política. Não irei citar nomes para não cometer injustiças. Mas tem sim em que se espelhar.

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