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STF torna Arthur Lira réu, mas isso não é motivo para preocupação

O que acontece ao deputado federal Arthur Lira (PP), uma das cabeças do Centrão e, nesta terça, tornado réu por corrupção passiva pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)?

Nada.

A Primeira Turma aceitou receber a denúncia de que Lira embolsou R$ 106 mil de propina em espécie.

Mas, e daí?

Daí que esse processo andará naquele conhecido ritmo (leeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeento).

Acordará, porém, no dia em que os faraós se levantarem das tumbas, ao som do forró.

Lira poderá disputar a reeleição daqui em 2022 ou ser candidato ao Senado.

Ou quem sabe o Governo. Ou ao que quiser.

Portanto, nada de preocupação ou celeuma.

Arthur Lira está no páreo.

Veja trecho da matéria da Agência Brasil

(…)

Votaram pelo recebimento da denúncia os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello, relator, para quem a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) conseguiu demonstrar haver indício de crime. “A história contida na peça [denúncia] revela materialidade criminosa”, disse o ministro. Luís Roberto Barroso e Luiz Fux não estavam presentes. 

O caso remonta a 2012, quando um dos assessores parlamentares do deputado foi flagrado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando embarcar para Brasília com a quantia. Após a ocorrência, o próprio Arthur Lira admitiu ter pago as passagens de ida e volta do assessor à capital paulista, mas alegou não saber sobre o dinheiro.

Contudo, segundo a denúncia, apresentada em abril do ano passado pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o deputado orientou o assessor a ocultar o dinheiro nas vestes, junto ao corpo, inclusive dentro das meias, de modo a não ser detectado ao passar pela área de segurança do aeroporto. Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o funcionário foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.

A denúncia afirma ainda que a propina teria sido paga pelo então presidente Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, com o intuito de angariar apoio político para permanecer no cargo. O MPF apontou que o dinheiro se insere no contexto de outros crimes investigados na Operação Lava Jato e delatado pelo doleiro Alberto Yousseff.

A defesa de Arthur Lira alegou que as investigações não foram capazes de comprovar que o deputado agiu no sentido de “receber” o dinheiro e havia argumentado a inépcia da denúncia, que disse ter sido baseada somente na palavra um delator conhecido por ser inimigo do deputado. “Trata-se de denúncia de ouvi dizer”, afirmou o advogado Pierpaolo Cruz Bottini. O deputado não vai comentar o assunto.

Arthur Lira já é réu também em um outro processo no Supremo, no âmbito da Lava Jato, que apura o suposto crime de organização criminosa dentro do PP.

Texto atualizado às 16h54 e às 17h12 para acréscimo de informaçãoEdição: Lílian Beraldo Tags: ARTHUR LIRACORRUPÇÃO PASSIVASTF

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