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Sem fiscalização, festas privadas da Covid ganham força em Alagoas

A Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) e o Ministério Público Estadual escolheram a ciência e recomendaram a suspensão das festas de final de ano, realizadas pelas prefeituras.

Seguem o Comitê Científico do Consórcio Nordeste. O surgimento de novas cepas, como a ômicrom, deve ser levado em conta também ao avaliar a realização do carnaval.

São estratégias para se enfrentar a nova variante do coronavírus, com maior risco de contágio e perigos ainda desconhecidos.

Diz-nos o comitê científico: usar máscaras e exigir passaporte da vacina nos locais com aglomeração devem ser medidas intensificadas.

O Ministério Público reuniu os organizadores das festas privadas. Determinou passaporte da vacina ou apresentação do teste antígeno ou RT-PCR negativo para a Covid-19 e realizado 72 horas antes do evento.

Mas quem vai fiscalizar tudo isso? Há pessoal suficiente para uma demanda tão gigantesca?

Uma casa de festas no litoral norte alagoano organiza eventos sem preocupação com o trânsito. A AL 101 Norte fica praticamente paralisada, sem que a SMTT esteja presente.

Por acaso- e só por acaso- a casa de festas atrai poderosos e seus carros possantes. É só coincidência a mão amiga da SMTT não cumprir, ali, a sua função.

Como também não cumpre com os ônibus superlotados circulando em Maceió, sem que as empresas liberem toda a frota.

O Repórter Nordeste mostrou no dia 4: “Alagoas é um dos estados que menos vacinam contra a Covid”. Os dados são do vacinômetro, publicado pela revista Veja: pouco mais da metade (50,7%) da população foi vacinada com a 2a dose ou dose única do imunizante.

É pura hipocrisia proibir as festas do povão e permitir aos mais ricos a farra negacionista. Também é hipocrisia liberar queima de fogos e parques de diversões em alguns municípios e em outros simplesmente não.

Existe desconexão entre quem toma as decisões e quem vive o mundo real, onde carteiradas, “sabe com quem está falando” e outros provincianismos são frequentes.

Existe um ambiente favorável para o relaxamento inadequado das aglomerações. E os riscos de contágio não diferenciam classe social.

2021 termina e ainda há quem acredita que o vírus é uma farsa. Muitas mortes deste tipo poderiam ser evitadas.

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