Uma reitora na contramão de uma história que impõe privatização, sucateamento do serviço público, elitização dos conceitos de saúde e educação, foi assim que Valéria Correia marcou presença hoje.
Encontrar seu rosto de aspecto delicado, tratando de temas hostis sem perder a ternura, foi por certo, uma grata experiência em tempos assombrados como os de então, onde a ordem discursiva é amargurar a desesperança de um projeto de sociedade altamente excludente.
A diferença pode ser feita pela simplicidade do porte, acentuada, contudo, pela eloquência de um projeto de gestão com ênfase na democratização. Para a reitora outra Ufal é possível! Quiçá, não perca esse viço, e consiga empolgar as equipes que atuam pelos campi na luta que semeia melhores expectativas.
Apesar do distanciamento mantido como princípio de elitização, indiferença e arrogância acadêmica, de nossa maior universidade – recorte feito ao estado de Alagoas – nós, sociedade civil, bem sabemos a importância de tê-la como aliada nas lutas em prol de uma sociedade verdadeiramente democrática. Assim queremos e acreditamos poder seguir com essa nova Ufal, que fala de possibilidades diante do determinismo político e mercadológico.
Quando nossa formação se vincula a uma universidade, nunca saímos inteiramente dela. Por certo trago um pouco do campus que legitimou meus diplomas e desafiou minha capacidade de idealizar outras formas de viver, em meus escritos e atuação profissional; trago ainda um sonho escondido de ver outra Ufal acontecendo no relacionamento docente, estudantil, institucional…para desabrochar melhoria na vida social.
Que nestes primeiros dias de gestão possam alicerçar-se os melhores objetivos, rumo a uma batalha de quatro anos, desconstruindo e reconstruindo paradigmas, em exposição ao cansaço e retaliações; mas com firmeza e ardor, características próprias de quem conquista poder para empoderar outros.
Continue, reitora, na contramão dessa história para abrir outros caminhos e registrar rotas novas.
