Psicologia alagoana precisa descobrir as mudanças climáticas

Governador garante assistência a cidades afetadas pelas chuvas nos vales do Mucuri e Jequitinhonha

Por Silvio Rodrigo

A temática da mudança climática não é uma novidade na agenda mundial. No Brasil, as discussões estão se aprofundando a ponto de gerar debates políticos e estratégicos com outros países.

O Ministério do Meio Ambiente e outras instituições preocupadas com o avanço dessa problemática já estão pensando em planos de mitigação e contingência, levando em consideração a dinâmica climática de cada região.

Entretanto, a falta de discussões mais profundas e de apresentações de pesquisas na área da Psicologia em Alagoas ainda está aquém do que seria esperado de um território marcado por fenômenos climáticos extremos nos últimos 10 anos.

De acordo com dados da pesquisa “Natureza e Cidades: a relação dos brasileiros com a mudança climática”, realizada em 2023 pela Fundação Grupo Boticário com apoio da Unesco no Brasil, 64% dos brasileiros relatam sentir medo de precipitações intensas e tempestades.

Eventos climáticos extremos têm causado danos ambientais e humanos irreparáveis, resultando em traumas coletivos e mudanças nas percepções de risco em relação ao meio ambiente, o que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida.

Em 2010, uma enchente sem precedentes destruiu grande parte do município de Branquinha (AL), levando à realocação dos moradores e à reconstrução material do que foi perdido, além dos laços afetivos e memórias.

Os recordes de temperatura global e o desconforto térmico afetam não apenas a saúde física, mas também as rotinas diárias e o acesso a necessidades básicas como água, aumentando a incidência de secas prolongadas e dificuldades econômicas.

Em fevereiro deste ano, um tornado foi registrado em Alagoas, causando preocupação entre os moradores.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) alerta para um aumento nas chuvas nesta temporada, que começa neste mês de abril . O órgão se prepara após a quadra chuvosa do ano de 2022 deixar 56 mil pessoas desabrigadas.

A questão climática exige esforços e diálogos para a pesquisa e a implementação de respostas urgentes.

Na Psicologia, a diversidade de correntes teóricas e perspectivas filosóficas sobre o ser humano e o social podem ser vistas como um desafio, mas também como uma oportunidade para abordar de forma mais eficaz as demandas da sociedade diante da crise climática que se apresenta.

A preocupação com as populações historicamente vulneráveis deve ser uma prioridade em meio às desigualdades econômicas, tecnológicas e regionais.

A necessidade de abordagens teórico-políticas comprometidas com a realidade alagoana é evidente, apesar da prevalência de tendências individualizantes.

É essencial promover o bem-estar coletivo e buscar soluções que beneficiem a sociedade como um todo, rejeitando a ideia de que não temos responsabilidade sobre a crise climática.

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