O deputado Rodrigo Cunha, de repente, se transformou na peça mais valiosa do PSDB- após, é claro, a desistência do prefeito Rui Palmeira na disputa ao Governo.
Antes disso, Rodrigo Cunha era tratado numa mistura que, derramada no copo das eleições, servia para a salvação de Pedro Vilela na cota da família em Brasília; ou reserva de gandula à Prefeitura de Arapiraca; ou ainda: garoto propaganda dos tucanos contra o governo Renan Filho (MDB).
Faz tempo que o PSDB de Alagoas virou uma legenda de lideranças encarquilhadas, reprodutoras do partido da cana, do semi-feudalismo, algo com ares de um sebastianismo monárquico.
Imaginava-se que Rui Palmeira alteraria os rumos da nau do PSDB alagoano, transportando-o para o século 21. Mas, sob o comando de Rui, o partido segue seu destino fatal: o próximo iceberg.
Ouvido pela imprensa alagoana, Rui disse que a legenda vai lançar um candidato ao Governo no próximo mês. Uma pressão que nem mesmo o prefeito de Maceió se submeteu.
E a pressão vai para o “plano B”: Rodrigo Cunha.
Menos de 6 meses antes da eleição, o PSDB de Alagoas- para salvar a si mesmo- quer promover Cunha de reserva a capacho do partido.
Um destino cruel.
O deputado não precisa buscar inimigos mais declarados no Palácio República dos Palmares. Eles estão no PSDB alagoano e seu abraço de afogado. Um afogado- cá entre nós- nanico faz tempo.