Por que a filha do governador, herdeira natural da condução política e eleitoral da família, deixou a pasta da Primeira Infância- que lhe daria muito mais visibilidade e sua imagem estaria automaticamente vinculada a do presidente Lula- e foi deslocada para o Planejamento?
Por que o amplo programa de combate à fome lançado em dezembro pelo governador não engrenou o suficiente a ponto de marcar na agenda a data para o fim de uma das chagas mais cruéis da história de Alagoas?
Sim, porque a fome infantil consegue ainda ser mais perversa que a fome de uma maneira geral. Crianças com fome significam gerações de pequenos absolutamente destruídas, tanto no corpo como na mente.
Você, amigo leitor, sabe o que estou dizendo. Não é?
E a fome é uma decisão política, não uma praga de Deus.
Voltando a Paula Dantas: quando era secretária da Primeira Infância, ela não tinha orçamento próprio para executar nada. Frequentemente sua imagem era a da mulher boazinha, mãe das crianças pobrezinhas. Um clichê cafona a uma jovem liderança que, cercada de privilégios, tem como ser e oferecer muito mais na vida pública.
Pode também ser um recado do governador: o combate à fome não é tão prioritário assim. E para não expor a imagem da secretária à fornalha, foi preciso deslocá-la para uma pasta ao menos com orçamento para executar algo para além de alguma coisa.
O blog deseja sorte. Pois o resto está à disposição.