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Policial que contactou pistoleiro para matar juiz foi assassinado

Investigações da Polícia Federal apontam que o cabo da Polícia Militar, Natan Simeão de Lira, foi o responsável por contactar Wendel Guarnieri para matar o juiz Marcelo Tadeu.

Natan foi assassinado em 4/2/2010, em uma praça de Arapiraca. Foi morto com 10 tiros.

Segundo a PF, Natan iniciou as tratativas com Wendel Guarnieri antes de 19/6/2009, data do desligamento do Provita. E, afirma a PF, Natan agia a mando do hoje delegado Geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira. Porém, esta informação não foi repassada a Wendel.

Wendel pediu para se desligar do Provita. Ele disse à promotora Marluce Falcão que havia sido contratado para matar uma pessoa importante em Maceió. A promotora, rapidamente, conduziu Wendel ao Gecoc, do Ministério Público Estadual. Paulo Cerqueira era chefe da Delegacia Especializada da Polícia Civil e foi chamado para acompanhar o depoimento de Wendel no MP.

Abriu-se um inquérito policial, Wendel teve prisão temporária decretada e a equipe de Paulo Cerqueira entregou a Wendel um aparelho telefônico.

Wendel, então, ficou sob os cuidados da DEIC, de Paulo Cerqueira.

Foi, então, hospedado em um apartamento e uma pousada, tudo pago pela Polícia Civil de Alagoas.

Diz a PF que o próprio Paulo Cerqueira passou a pagar algumas despesas de Wendel Guarnieri, que passou a receber ligações do delegado.

Porém, os áudios sumiram ou foram deletados.

Mas, um dia após a morte do advogado Nudson Harley, existe um diálogo interceptado entre Wendel e Paulo Cerqueira.

Segundo a PF, aparentemente, Paulo buscava conseguir um álibi, se comportando de maneira ensaiada ou artificial.

Anotam as investigações dos federais: o nome de Wendel Guarnieri sequer é citado no inquérito policial que investigou a morte de Nudson Harley nem houve diligências para apurar erro na execução do crime, linha de investigação descartada por Paulo Cerqueira, que não começou este inquérito, mas avocou para si as investigações, desvirtuando o foco da apuração.

Tentou, então, encerrar as investigações antes do tempo, o que não aconteceu por insistência do juiz Marcelo Tadeu, que era o alvo do assassinato.

Ouvido pela policia, Antônio Wendel Guarnieri apontou Paulo Cerqueira como autor intelectual do crime.

Paulo Cerqueira foi indiciado em 12 de março pelo delegado da Polícia Federal Alfredo José Borges de Mendonça.

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