Um pedaço de céu aproximado das dores da Terra, na cor que escorre silenciosa nas matas e cidades do Brasil.
Um filete vermelho entre nuvens densas; um escorregadio corpo de menina sendo aberto à força pelo garimpo, pelo macho, pelo instrumento patriarcal de poder e punição fazendo jorrar sofrimentos.
E o grito das mães sobre o chão vermelho de vida tirada, esvaída, maculada pela mão punitiva do sistema fardado, armado, beligerando outras mortes; destruindo humanidades.
A lua vestida de dama na noite do mundo! Rodando os céus de vermelho para aliviar os olhares solitários dos perdedores, ébrios, drogados, vencidos, assustados, esfaimados; resultados das desiguais oferendas.
Uma carta cigana nas mãos femininas dos astros.
É hora de levantar e reagir!
Vamos sair das tocas que enfraquecem as almas, e comungar das madrugadas com os insones, em uma reunião marcada pelos céus.
A lua vermelha de sangue simbólico pingando mensagens de amanhãs, fez dormir os corpos ansiosos dos poetas e nos desperta para a sequência das horas.
Estamos no território exato das estratégias para a sobrevivência do sonho.
Vermelho é poesia, sim e não, intensidade e força a bailar na grandiosidade do espaço aberto, rumo à liberdade!
A lua convocou.
O céu é o limite.
O fascismo ultraliberal que engendra pesadelos deve perder espaço de atuação no mundo. Escreva suas linhas nesta história, cada participação fortalece a aurora que já se abre aos visionários.
O futuro pede cores!
O céu é dos amores!
A poética dos astros é vermelha e o amanhecer multicor oferta mares e florestas, em nossas mãos a festa de viver para defender este ideal.
Acorda!