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PM anti-Bolsonaro vira criminosa enquanto militares que torturam e matam são exaltados

É muito mais vantajoso para o policial militar em Alagoas seguir torturando, matando e ocultando corpos de jovens pretos e periféricos que ele protestar contra o presidente Jair Bolsonaro.

A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Camila Paiva, foi às ruas em Maceió gritar “Fora Bolsonaro”. Recebeu uma reclamação disciplinar do Conselho Estadual de Segurança por “possíveis transgressões disciplinares”.

Ela lidera uma campanha contra assédio sexual nos quarteis desde o ano passado.

Veja que ironia.

Dona Camila deveria ter matado assaltantes de banco e exibido os restos deles nas redes sociais.

Poderia, ainda, gravar abordagens a gente pobre em áreas miseráveis.

Nem seria punida e ainda viraria política.

Moradores do bairro da Levada foram às ruas há três semanas denunciar truculência policial.

A Corregedoria da PM disse que apuraria o caso.

A Corregedoria nada fará. É cúmplice da tragédia. Construiu um “novo normal”.

Taís Lane dos Santos, filiada ao PSOL, foi agredida em Rio Largo por uma guarnição da PM e por policiais civis.

O Conselho Estadual de Segurança nada viu; a Corregedoria da PM, também.

No final de abril, o SBT mostrou imagens de PMs agredindo uma pessoa na Chã de Bebedouro.

Não houve críticas nem da PM nem do Conselho Estadual de Segurança.

Jonas Seixas da Silva, 32, foi sequestrado por militares em 9 de outubro do ano passado. Mesmo com farta denúncia nas redes sociais, a Corregedoria só abriu investigação quatro dias depois e demorou mais seis meses para indiciar os militares.

Vale mais torturar e matar usando farda da PM que falar mal do Bolsonaro.

A quantidade de militares nas ruas, no dia que o Mito esteve na capital, mesmo sem um pedido formal da presidência da República por segurança estadual, mostra o tamanho da adesão de PMs ao bolsonarismo.

Neste dia, aliás, fartas imagens mostram PMs cercando quem protestava contra o presidente e exibindo armas. E protegendo os defensores de Bolsonaro, que não usavam máscara e aglomeravam.

O ovo da serpente está aí. E os culpados não defendem a democracia.

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