Após sofrer derrotas importantes no Congresso, como a derrubada da elevação do IOF, o governo Lula intensificou esforços para criar uma superfederação entre partidos de esquerda. A iniciativa visa consolidar a base aliada e preparar o terreno para as eleições de 2026.
Nos últimos meses, interlocutores do Planalto mantêm conversas com dirigentes do PT, PCdoB, PV, PSB e PDT para discutir a formação da federação, que uniria oficialmente essas siglas por até quatro anos. O objetivo é unir forças, otimizar recursos eleitorais e garantir maior coesão política no Legislativo.
No entanto, a proposta enfrenta resistências internas, especialmente no PSB e PDT. Lideranças desses partidos manifestam preocupação com a perda de autonomia e influência eleitoral dentro de uma aliança dominada pelo PT. Há receio de que a federação limite a capacidade das legendas menores de lançar candidaturas regionais competitivas.
A criação da superfederação ocorre em um momento de fragilidade do governo no Congresso, marcado por dificuldades para aprovar pautas econômicas e sociais prioritárias. A articulação é uma tentativa de remediar o isolamento político, que tem comprometido a agenda do Executivo.
Analistas destacam que o desafio do Planalto será conciliar interesses variados e contornar disputas internas para consolidar um bloco forte e coeso. O êxito da superfederação poderá influenciar decisivamente a eleição presidencial em 2026.
O governo também articula liberação de emendas e diálogo político com partidos do Centrão, mas aposta na federação de esquerda como eixo central para ampliar sua base parlamentar.