Influenciadoras digitais são indiciadas por promover facção criminosa nas redes sociais

A Polícia Civil do Piauí concluiu nesta quinta-feira (3) o inquérito da Operação Faixa Rosa, que resultou no indiciamento de 19 pessoas, a maioria influenciadoras digitais, por organização criminosa e apologia ao crime. A investigação revelou que essas mulheres utilizavam suas redes sociais para promover facções criminosas, exibir armas, ostentar drogas e incitar a violência armada.

Das indiciadas, 18 estão presas preventivamente e uma permanece foragida. A operação foi conduzida pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) e teve início em abril, com o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão. Com o avanço das apurações, as prisões temporárias foram convertidas em preventivas.

Durante a investigação, a polícia apreendeu áudios, vídeos, capturas de tela de mensagens e documentos internos da facção. O material revelou uma estrutura hierárquica organizada, com cadastros internos que incluíam nome verdadeiro, apelido, comunidade de origem, função dentro da organização e data de entrada. Os registros também exigiam que os membros mantivessem seus dados atualizados, sob pena de sanções internas.

Em trechos de conversas interceptadas, as investigadas discutem ações criminosas, como a localização de rivais e a doutrinação de novas integrantes. Uma das mensagens dizia: “Se ela quiser também, todo mundo dá uma forcinha… pra nossa irmã tá aprendendo com nós… aprendendo a ética do crime.” Outra gravação mostra uma das envolvidas comentando: “É mamão com açúcar pra derrubar todos os três”, em referência a possíveis alvos.

O delegado Charles Pessoa, coordenador do DRACO, afirmou que o grupo promovia uma  *glamourização do crime*”, influenciando milhares de seguidores, especialmente jovens em situação de vulnerabilidade. Segundo ele, o uso das redes sociais como vitrine para o crime organizado representa uma ameaça à integridade moral da sociedade e exige resposta firme do Estado.

A Justiça autorizou a exclusão dos perfis das principais investigadas das redes sociais. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, e novas diligências seguem em andamento para localizar a foragida e identificar possíveis ramificações do grupo em outros estados.

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