Pata Voluntária e o tribunal paralelo das redes

Não vou relatar uma notícia, faço uma análise reflexiva sobre a sociedade de exceção na qual estamos vivendo.

Não sabemos mais onde começa e muito menos onde termina o poder da polícia.

Uma descoberta de estelionato dá ao delegado o direito de entrar em uma conta de instagram de outrem e fazer propaganda da própria conta para ganhar seguidores?

Leis e punições se misturam e em menos de um segundo podem acabar com a história de alguém?

Espero que fique óbvio aqui que não faço parte de bancadas de defesa ou de acusação, mas como cidadã posso declarar que fiquei chocada com a postura da polícia ao se referir a mulheres acusadas de estelionato, nas redes sociais.

Não haveria de ter um processo?

Ou o processo agora é finalizado no tribunal paralelo das redes, tornando delegados rostos conhecidos?

Foi isso que gerou uma verdadeira “explosão” de policiais eleitos no último pleito eleitoral?

O que pode nos imunizar da tentação de participar também deste tribunal, acusando e condenando?

Saber que amanhã qualquer um de nós pode se tornar réu deste circo, já que os direitos se tornam cada vez mais relativos.

Repúdio a esta forma de condução.