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O ‘tiro’ de Bolsonaro na reeleição de Collor

O processo de recuperação judicial da Organização Arnon de Mello fez o senador Fernando Collor (PTB) entrar de cabeça na reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Mas isso também virou sua armadilha: Collor está bem atrás na corrida pela própria reeleição – conforme o Paraná Pesquisas- e o inusitado: pela primeira vez, de fato, está sozinho numa campanha que há 4 anos está nas ruas e não consegue nem posicioná-lo de maneira favorável no cenário político-eleitoral nem derreter o prestígio de seu rival, Renan Filho.

Comparando o ex-governador e Collor nas redes sociais:

  • Instagram: 109 mil (Collor); 480 mil (Renan Filho);
  • Twitter: 87,4 mil; 47 mil;
  • Facebook: 102.681; 276.318 mil.

Claro que Renan Filho foi impulsionado pelo seu período no Governo. Mas Collor tem o passado como presidente e o presente como senador e agora bolsonarista.

E Bolsonaro virou um gargalo. Collor precisou do apoio federal na recuperação de suas empresas de comunicação, endividadas em causas trabalhistas, ações federais e, talvez o pior: nem de longe estas empresas possuem o prestígio e a audiência do passado.

Tomando o Instagram como exemplo, o Gazetaweb tem 83 mil seguidores, o TNH1 302 mil, Cada Minuto 128 mil, Acta 50 mil.

Antes o diário mais lido, a Gazeta de Alagoas, comprada por Arnon de Mello há exatos 70 anos, beira fechar as portas.

Números e contextos explicam a exagerada aparição de Collor com Bolsonaro.

Porém, neste mar, isso virou abraço de afogado.

As principais lideranças políticas locais não querem o senador por perto:

  • Arthur Lira e Rodrigo Cunha escolheram Davi Davino Filho ao Senado;
  • Rui Palmeira não anunciou seu senador mas dificilmente será Collor;
  • O bolsonarismo, no PL alagoano, prefere desfrutar o amplo espaço de graça nos veículos de Collor e mudar de calçada na hora do voto.

Em 1989, Collor tinha o apoio da Globo e da Faria Lima na eleição presidencial; em 2006 ganhou o Senado também porque os prefeitos odiavam Ronaldo Lessa; em 2014 foi reeleito com apoio dos Calheiros e de Lula.

Agora só tem Bolsonaro no seu amplo e luxuoso navio. Um Titanic a caminho do iceberg.

Até lá pode haver a eleição ao Governo ou deputado federal no meio do caminho.

Ou assumir o risco de manter tudo do jeito que está.

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