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No JN, Bolsonaro se esconde para não mostrar quem ele é

Há 2 personagens bem interessantes reunidos em Jair Bolsonaro, pelo menos é esta a conclusão deste blog ao assistir a entrevista dele ao Jornal Nacional.

O primeiro está nos palanques, nas redes sociais. É agressivo, ameaça seus críticos. Desejo de um Brasil de iguais, com os seus comandados seguindo as ordens do seu capitão.

O outro personagem aparece na televisão. Mostrou-se ao Jornal Nacional: “Chega de mentira, chega de fake news”, disse, emendando mais adiante críticas à Folha de São Paulo: “Quase todas as fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha de S. Paulo. Inclusive a última matéria, onde eu teria contratado empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar mentiras sobre o PT. Uma grande mentira, mais um fake news do jornal Folha de S. Paulo, lamentavelmente”.

A campanha de Bolsonaro insistia na fake news do kit gay; o TSE determinou a suspensão da propaganda eleitoral por ela ser … fake news.

El Pais: listou as 5 fake news que mais beneficiaram Bolsonaro: além do kit gay, o homem que apunhalou Bolsonaro era filiado ao PT e estava ao lado de Lula; uma senhora agredida por petistas na rua quando gritou “Bolsonaro”;  Haddad era defensor do comunismo e do incesto em seus livros e; a legalização da pedofilia, se Haddad fosse eleito.

Sobre banir os marginais vermelhos, Bolsonaro disse que “era um discurso inflamado”, um “desabafo”.

E após atacar gays, lésbicas, negros, pobres, mulheres chamou todos para “sermos uma grande nação”. Porém, explicando as regras: “Nordestinos, sulistas, brancos e negros, ricos e pobres, homos e héteros. Isso nós vamos evitar. Vamos tratar todos iguais”.

São os iguais tratados de maneira diferente na era Bolsonaro que nem bem começou e revela um conjunto de declarações improváveis, com enredos extrapolando os limites da racionalidade, da cordialidade, do respeito mútuo entre seres humanos. Sustentada no universo da guerra fria, que acabou em 1989, mas ainda permanecendo acesa como ameaça plausível, entre as viúvas da ditadura ao redor do nosso presidente e dele mesmo.

É só observar a distância entre a realidade física e os universos paralelos inventados para dar cor e brilho ao “Mito”.

Quais os novos personagens do nosso capitão? Haverá espaço para o Capitão Bolsonaro? Cenas nos próximos capítulos.

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