Navio abandonado há 30 anos com petróleo pode causar catástrofe ambiental

Um superpetroleiro decadente ancorado a oito quilômetros da costa do Iêmen há mais de 30 anos está sendo descarregado por uma missão liderada pelas Nações Unidas. O objetivo é evitar um possível desastre ecológico que seria um dos piores do mundo em décadas.

A operação, estimada em US$141 milhões, está sendo realizada pelo navio de salvamento Endeavour, da ONU, com a ajuda da empresa SMIT, responsável por desalojar o navio Ever Given que bloqueou o Canal de Suez em 2021.

Financiada por 23 estados-membros da ONU e setor privado, a missão já transferiu mais de 120.000 barris de petróleo para a embarcação de substituição, que continuará o processo de descarregamento. A transferência completa está prevista para durar 19 dias.

A embarcação em questão, chamada de FSO Safer, está abandonada no Mar Vermelho desde 2015 e a ONU tem alertado sobre os riscos de um potencial colapso devido à sua idade e condição, além do perigo de explosão do óleo altamente inflamável contido nela.

Caso ocorra um vazamento, as consequências seriam catastróficas. O navio reteve quatro vezes mais óleo do que o derramamento do Exxon Valdez no Alasca em 1989, resultando em uma extensa mancha de óleo.

Além do impacto ambiental, um vazamento fecharia os portos iemenitas, prejudicando a população que depende deles para obter ajuda alimentar e combustível. O Mar Vermelho é vital para o comércio global e qualquer derramamento afetaria a economia da região.

A missão da ONU envolve etapas complexas e arriscadas. Primeiramente, foi necessário estabilizar e proteger o navio para evitar o colapso. Agora, o foco está na transferência do óleo para a embarcação de substituição. No entanto, mesmo após a transferência, o navio-tanque ainda representa uma ameaça ambiental devido ao resíduo de óleo em seu interior.

A questão do petroleiro também é um ponto de disputa entre os rebeldes Houthi, que controlam o norte do Iêmen, e o governo internacionalmente reconhecido. A propriedade do petróleo dentro do navio não está clara, o que gera conflitos sobre seu destino.

As discussões estão em andamento para determinar a propriedade e os direitos sobre o óleo. Enquanto a ONU trabalha para resolver o problema imediato do despejo do petróleo, ainda há questões políticas e legais a serem resolvidas antes que ele possa ser vendido.

A realização desse projeto alivia a preocupação de um desastre iminente, mas o trabalho necessário ainda não está concluído. É importante buscar soluções duradouras para evitar riscos futuros e garantir a proteção do meio ambiente e das populações afetadas.

Com informações da CNN Brasil

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