A mentira institucionalizada é uma rica fonte de salário, mote para discursos inflamados e brecha propícia à infiltração de politiqueiros de plantão “atuantes” o bastante, para nos fazer correr o risco de acreditar em cada uma delas.
Essa é a condição mor do Estado brasileiro!
Uma Republica inteirinha pendurada na farsa oportunista, ideológica, maquiavélica.
Lembrei disso com nitidez quando fiz a declaração do imposto de renda, situação que me revelou quantas vezes pago pelo mesmo serviço e a sensação de desperdício que esse investimento forçado nos provoca.
A mentira causa náuseas ao cidadão que reconhece seu lugar nessa estrutura e sente o desamparo dessa condição no Brasil. Cidadania é um termo vilipendiado. Intencionalmente confundido com paternalismos e migalhas assistenciais.
Vivido na íntegra deveria deixar um saldo de conforto íntimo o qual pode ser designado como aumento da autoestima e reafirmação da identidade, contudo, de maneira caricata, gera eternos devedores-gratos e a confirmação da impotência de quem não pode comprar serviços necessários.
Em Alagoas, é um ilustre desconhecido, esse tal termo adocicado pela vozes cínicas dos negociadores dos direitos, transformadores de obrigações públicas em favores pessoais.
A compreensão do cidadão alagoano é mesclada com tamanho servilismo, que para alguns, acomoda melhor ser chamado de outro nome. Aceitando até as pechas discriminatórias de subversivo, inimigo da ordem e por aí adiante.
Voltemos à nossa mentira pública institucionalizada e com ela façamos um giro pela segurança, saúde, educação, assistência social e correlatos.
É no minímo desconfortável saber-se vinculado a tais esquemas de funcionamento em eterna “operação tartaruga”.
Aprofunda um pouco e alcança as necessidades no campo de atuação da justiça. Morre-se sem expectativa alguma. A jurisdição vende a ideia de existir para si mesma, apesar das teorias que a fundamentam privilegiarem seu caráter publico. Há um olimpo inatingível perpassando os céus do Brasil, impendindo os simples mortais de fazer desse debate.
Estamos resumidos ao comum. devemos obedecer, pagar e servir sempre. Qualquer questionamento vira ousadia e daí para a perseguição e morte é apenas um click. O Brasil não venceu esse contexto. O Nordeste não acatou avanços significativos. Alagoas continua acendendo todos os dias uma vela para o patrão e outra para o diabo.