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‘MBL é a síntese da nossa miséria’

kim-cunha

Conhecemos o Brasil? Que país é este?

Duas perguntas feitas- talvez um clichê- pelo professor Giovanni Alves, em abertura no Caiite 2016, na Ufal.

“Existe algo mais arcaico que Michel Temer?”

“O Brasil vive tempos sombrios”, tempos que “criam desalento na sociedade, nas pessoas”.

O golpe em 2016- na retirada de Dilma Rousseff do poder- mostrou, diz o professor, que o Brasil além de ser “pontuado por golpes”, sobrevive com a “persistência do arcaico”.

Em 1889, a Constituição brasileira- primeira da República- não constava o ensino superior no país, último do Ocidente a abolir a escravidão humana.

Nas colônias espanholas, a universidade chegou no século 18; no Brasil, em 1912, e durou três meses, no Paraná. Depois, uma no Rio, em 1920, que daqui a quatro anos completa 100 anos, em meio a uma PEC que corta gastos públicos em saúde e educação.

“Com que cara vamos comemorar os 100 anos da primeira universidade se esta PEC passar?”

Brasil: país onde seu povo não tem consciência histórica.

A partir de 1980, instala-se um projeto de desconstrução do país. É o projeto neoliberal, que sofre revés após aprovação da Constituição de 1988.

Uma “Constituição cidadã”.

“A Constituição 1988 é uma pedra no sapato das elites”

Mais adiante: “Não era adequada a este modelo de interesses, oligárquico”.

Um ano depois, 1989, o primeiro presidente eleito pós-ditadura foi Fernando Collor “para implantar o modelo neoliberal”.

Um retrato dum país pós-ditadura: uma classe dominante “truculenta, arrogante e violenta”. Que apoia um “modelo neoliberal”, mas este modelo é “insustentável economicamente”.

“E mais uma pedra no sapato das oligarquias no Brasil. Em 2003, Lula não era revolucionário ou faria reformas drásticas, mas o Governo tinha concepção de capitalismo que pudesse crescer e inclusão social, com aumento do gasto público e resgate da Constituição de 1988”.

“O Brasil é um país de miseráveis. 80% da população ganha dois salários mínimos”.

Lula preservou este “capitalismo caduco” no Brasil. Nele inseriu “direitos sociais, protagonismo do Brasil na cena mundial, distribuição de renda”.

Brasil? Que país é este?

“O MBL [Movimento Brasil Livre] é a síntese da nossa miséria”

“O Escola sem partido é a caricatura presente do academicismo da universidade. Neutra, positivista, não faz ilações”.

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