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Mausoléu para prefeito ‘muito vivo’ e o combate torto à corrupção em Alagoas

Rápido passeio em algumas cidades alagoanas permite descobrir formas interessantes de se gastar o dinheiro público em objetivos individuais.

Nas ruas, o melhor portal da transparência, por exemplo, é o carro de luxo do prefeito e de seus herdeiros, mais os vereadores aliados. Eles desfilam em frente às promotorias de Justiça ou dos fóruns. Todos sabem de onde vem o dinheiro. E ninguém sabe de nada.

O povo conhece o dono do principal posto de combustível de um pequeno município. Um deles tinha a palavra Santa mais o nome da filha do prefeito. Ganha um flau quem descobrir o nome do proprietário.

Todo mundo conversa com o pai da prefeita, que despacha no lugar da filha na Prefeitura, assina em nome dela, recebe o povo, distribui favores, é anunciado como “amigo” em carros de som.

E daí? Daí nada.

A locadora de veículos é do laranja amigo do prefeito. É o assunto principal na praça de um município. O laranja é um homem simples.

A pousada de luxo foi construída com dinheiro da prefeitura. O sábio povo conhece a história.

O mesmo povo assistiu às máquinas da prefeitura erguerem uma pequena mansão, em mármore de mausoléu, com tudo pago pelos cofres públicos.

E a casa virou a alegria de finais de semana dos eleitores.

E o mirante inaugurado com gato na energia elétrica, cortado pela Eletrobras? E o outro mirante construído em cima de uma área de várzea, crime ambiental a 100 metros do fórum municipal, cercando-se de miseráveis sem quem tenha misericórdia por eles?

Como é contraditória essa guerra contra corrupção.

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