Maceió: Na surdina, meio ambiente pauta disputa política pela cidade

Reprodução/Zazo

Silvio Rodrigo

Já não é possível tirar de vista as questões ambientais que afligem a capital após o desastre criminoso causado pela Braskem.

Aliado a isso, o vergonhoso déficit em infraestrutura não deixa mais dúvidas ao eleitor que encontra ruas, praças e avenidas em situações inaceitáveis de abandono.

Centro das peças de propaganda da Prefeitura de Maceió, o meio ambiente aparece como a tentativa de redenção das contradições da propaganda oficial de JHC.

Maceió é massa, mas e minha rua? E quando chove? E meu bem-estar?

O fato é que o slogan, para além de apelar para o “pop” e o universo das “hashtags” do mundo virtual, está no limite do óbvio e não convence pois não é real – pelo menos para uma maioria social – mesmo que, em primeira instância, insista em acreditar em postagens no Instagram.

A repetição mostra o intenção: estamos trabalhando, estamos fazendo, melhoramos, em alguma medida, as suas vidas.

O teor apelativo para mostrar obras de contenção de encostas e ações de limpeza urbana na periferia fazem parte da nova ideologia sobre o meio ambiente, que infelizmente ainda é política ineficaz para a maioria.

As ruas ainda inundam, os bairros historicamente marginalizados padecem com a força das águas, e a população marcada pela diferença racial tem de engolir a injúria ambiental de estar mais exposta a contaminações e crises ambientais de grande impacto social. Sim, companheiros, racismo ambiental.

Que a prefeitura associada a extrema-direita tente a todo custo incutir ideias exóticas sobre cidades para o lucro já é esperado. Mas onde estão os progressistas? Onde está a esquerda maceioense pautando um novo paradigma para o planejamento urbano mais humano, inteligente e que envolvam soluções mais desejáveis?

Os movimentos de trabalhadores não organizados em torno de questões ambientais mostra a direção fértil do movimento político do “de baixo”, querem justiça ambiental e estão corretos, e é legítimo!

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