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Irmão de ex-governador é quem negociava propina para campanha, diz delator

Depoimento do executivo da Odebrecht, Alexandre Biselli, diz que o irmão do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), o empresário Elias Vilela, participou de uma das reuniões onde se discutiu propina da construtora para pagar dívidas de campanha.

Elias é pai do deputado federal Pedro Vilela (PSDB).

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A reunião- no antigo Hotel Radisson, na praia de Pajuçara- teve participação ainda de Téo Vilela, em um primeiro momento, que depois saiu do local, chamado pelo seu assessor, Beto Jucá.

Continuaram no encontro o secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, e mais outro integrante da Seinfra, Fernando Nunes, Elias, João Pacífico (ex-executivo da Odebrecht) e Biselli, que descreve o diálogo entre Elias Vilela e João Pacífico:

“A gente gastou muito dinheiro na campanha, a gente está com muito compromisso pendente, a gente precisa de apoio da Odebrecht, isso não pode ser assim. E depois em determinado momento, o seu Pacífico concordou em ceder 2% do contrato na obra”.

Biselli lembrou que foram pedidos 5% de propina, mas, após negociação, o valor caiu para 2%.

De acordo com ele, a conversa começou em tom normal mas foi mudando para “mais exaltado”

“Porque queria que o compromisso fosse feito, queria a contrapartida, queria que desse alguma coisa. Ficou o clima mais caloroso”.

Caso o valor não fosse repassado, segundo ele, a execução do contrato em um dos trechos do Canal do Sertão, teria dificuldades do próprio Governo.

“A obra vai ficar muito difícil, não vai ter recurso disponível, tem de nos ajudar”, explicou.

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Elias Vilela (ao lado de FHC) e Téo Vilela
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